segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

UBES debate combate ao racismo

38º Congresso da UBES em Minas Gerais

Secundarista, prepare sua mochila: na próxima semana, dia 10, tem início o 38º Congresso da UBES, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Saiba mais sobre o evento, que reunirá estudantes de todo o Brasil.

Belo Horizonte, mais especificamente a Universidade Federal de Minas Gerais, campus Pampulha, será palco do 38º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, que reunirá estudantes de todo o Brasil de 10 a 13 de dezembro de 2009. Os secundaristas devem se dirigir ao Coltec, Colégio Técnico da UFMG, para o credenciamento. Os debates acontecerão nos auditórios da Universidade.

Mais de 2300 delegados representando escolas de 26 estados brasileiros (mais o Distrito Federal) vão escolher o novo presidente e a diretoria da UBES. Eles foram eleitos nas etapas estaduais, realizadas durante os meses de outubro e novembro que mobilizaram 5,6 milhões de estudantes em mais de 25 mil escolas em todas as regiões do país

Mesa de Debate: Combate ao Racismo

Data: 11 de Dezembro às 9 horas
Local: Auditório da UFMG –Campus Pampulha

-Edson Santos – Exmo. Ministro da Secretaria Especial de Políticas de Igualdade
Racial-Seppir

-Alexandre Braga-UNEGRO Nacional

-Cledisson Junior( Jacaré )–Diretor de Combate ao Racismo – UNE

FONTE: www.une.org.br

Maioria dos jovens analfabetos são negros


Publicado em 04.12.2009

BRASÍLIA – O índice de analfabetismo entre jovens negros é duas vezes maior que entre brancos, segundo um levantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Contudo, a distância entre os dois grupos encurtou nos últimos 10 anos: em 1998, o analfabetismo entre jovens negros era quase três vezes maior que entre os brancos.

No ensino médio, o número de jovens brancos que frequenta a escola é 44,5% maior em comparação ao de negros. Já no ensino superior, a frequência é cerca de três vezes maior entre os brancos.

O estudo do Ipea destaca, no entanto, que houve significativa melhora no nível de adequação educacional entre os jovens negros nos últimos anos. Enquanto se observou entre os brancos certa estagnação, entre os negros a melhoria na frequência ao ensino médio é bastante significativa: em 10 anos, quase duplicou.

No que diz respeito à renda, a disparidade é alarmante. De 2004 a 2008, a diferença entre as rendas médias dos negros e dos brancos no Brasil aumentou R$ 52,92. O estudo também revela que a renda média dos brancos aumentou 2,15 vezes no período, enquanto a dos negros teve aumento de apenas 1,99 vez.

O levantamento do Ipea foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consideram-se jovens aqueles entre 15 e 29 anos, uma população que soma hoje 49,7 milhões de pessoas, cerca de 26,2% da população brasileira.

ESCOLARIDADE

O estudo do Ipea também destaca que a situação educacional de brasileiros com idades entre 15 e 29 anos mostra avanços. De acordo com a pesquisa, os jovens, atualmente, conseguem passar mais tempo em sala de aula e ter maior escolaridade do que os adultos.

Em 1998, a média de anos de estudo entre pessoas de 15 a 24 anos era 6,8. No ano passado, a média era de 8,7 anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos. Já no grupo de 25 a 29 anos, a média chegou a 9,2 – 3,2 anos de estudo a mais do que entre a população acima dos 40 anos.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=12955

Acadêmicos amestrados

Por Idelber Avelar [Quarta-Feira, 2 de Dezembro de 2009 às 16:26hs]

Se um marciano aterrissasse hoje no Brasil e se informasse pela Rede Globo e pelos três jornalões, seria difícil que nosso extra-terrestre escapasse da conclusão de que o maior filósofo brasileiro se chama Roberto Romano; que nosso grande cientista político é Bolívar Lamounier; que Marco Antonio Villa é o cume da historiografia nacional; que nossa maior antropóloga é Yvonne Maggie, e que o maior especialista em relações raciais é Demétrio Magnoli. Trata-se de outro monólogo que a mídia nos impõe com graus inauditos de desfaçatez: a mitologia do especialista convocado para validar as posições da própria mídia. Curiosamente, são sempre os mesmos.

Se você for acadêmico e quiser espaço na mídia brasileira, o processo é simples. Basta lançar-se numa cruzada contra as cotas raciais, escrever platitudes demonstrando que o racismo no Brasil não existe, construir sofismas que concluam que a política externa do Itamaraty é um desastre, armar gráficos pseudocientíficos provando que o Bolsa Família inibe a geração de empregos. Estará garantido o espaço, ainda que, como acadêmico, o seu histórico na disciplina seja bastante modesto.

Mesmo pessoas bem informadas pensaram, durante os anos 90, que o elogio ao neoliberalismo, à contenção do gasto público e à sanha privatizadora era uma unanimidade entre os economistas. Na economia, ao contrário das outras disciplinas, a mídia possuía um leque mais amplo de especialistas para avalizar sua ideologia. A força da voz dos especialistas foi considerável e criou um efeito de manada. Eles falavam em nome da racionalidade, da verdade científica, da inexorável matemática. A verdade, evidentemente, é que essa unanimidade jamais existiu. De Maria da Conceição Tavares a Joseph Stiglitz, uma série de economistas com obra reconhecida no mundo apontou o beco sem saída das políticas de liquidação do patrimônio público. Chris Harman, economista britânico de formação marxista, previu o atual colapso do mercado financeiro na época em que os especialistas da mídia repetiam a mesma fórmula neoliberal e pontificavam sobre a “morte de Marx”. Foi ridicularizado como dinossauro e até hoje não ouviu qualquer pedido de desculpas dos papagaios da cantilena do FMI.

Há uma razão pela qual não uso aspas na palavra especialistas ou nos títulos dos acadêmicos amestrados da mídia. Villa é historiador mesmo, Maggie é antropóloga de verdade, o título de filósofo de Roberto Romano foi conquistado com méritos. Não acho válido usar com eles a desqualificação que eles usam com os demais. No entanto, o fato indiscutível é que eles não são, nem de longe, os cumes das suas respectivas disciplinas no Brasil. Sua visibilidade foi conquistada a partir da própria mídia. Não é um reflexo de reconhecimento conquistado antes na universidade, a partir do qual os meios de comunicação os teriam buscado para opinar como autoridades. É um uso desonesto, feito pela mídia, da autoridade do diploma, convocado para validar uma opinião definida a priori. É lamentável que um acadêmico, cujo primeiro compromisso deveria ser com a busca da verdade, se preste a esse jogo. O prêmio é a visibilidade que a mídia pode emprestar – cada vez menor, diga-se de passagem. O preço é altíssimo: a perda da credibilidade.

O Brasil possui filósofos reconhecidos mundialmente, mas Roberto Romano não é um deles. Visite, em qualquer país, um colóquio sobre a obra de Espinosa, pensador singular do século XVII. É impensável que alguém ali não conheça Marilena Chauí, saudada nos quatro cantos do planeta pelo seu A Nervura do Real, obra de 941 páginas, acompanhada de outras 240 páginas de notas, que revoluciona a compreensão de Espinosa como filósofo da potência e da liberdade. Uma vez, num congresso, apresentei a um filósofo holandês uma seleção das coisas ditas sobre Marilena na mídia brasileira, especialmente na revista Veja. Tive que mostrar arquivos pdf para que o colega não me acusasse de mentiroso. Ele não conseguia entender como uma especialista desse quilate, admirada em todo o mundo, pudesse ser chamada de “vagabunda” pela revista semanal de maior circulação no seu próprio país.

Enquanto isso, Roberto Romano é apresentado como “o filósofo” pelo jornal O Globo, ao qual dá entrevistas em que acusa o blog da Petrobras de “terrorismo de Estado”. Terrorismo de Estado! Um blog! Está lá: O Globo, 10 de junho de 2009. Na época, matutei cá com meus botões: o que pensará uma vítima de terrorismo de Estado real – por exemplo, uma família palestina expulsa de seu lar, com o filho espancado por soldados israelenses – se lhe disséssemos que um filósofo qualifica como “terrorismo de Estado” a inauguração de um blog em que uma empresa pública reproduz as entrevistas com ela feitas pela mídia? É a esse triste papel que se prestam os acadêmicos amestrados, em troca de algumas migalhas de visibilidade.

A lambança mais patética aconteceu recentemente. Em artigo na Folha de São Paulo, Marco Antonio Villa qualificava a política externa do Itamaraty de “trapalhadas” e chamava Celso Amorim de “líder estudantil” e “cavalo de troia de bufões latino-americanos”. Poucos dias depois, a respeitadíssima revista Foreign Policy – que não tem nada de esquerdista – apresentava o que era, segundo ela, a chave do sucesso da política externa do governo Lula: Celso Amorim, o “melhor chanceler do mundo”, nas palavras da própria revista. Nenhum contraponto a Villa jamais foi publicado pela Folha.

Poucos países possuem um acervo acadêmico tão qualificado sobre relações raciais como o Brasil. Na mídia, os “especialistas” sobre isso – agora sim, com aspas – são Yvonne Maggie, antropóloga que depois de um único livro decidiu fazer uma carreira baseada exclusivamente no combate às cotas, e Demétrio Magnoli, o inacreditável geógrafo que, a partir da inexistência biológica das raças, conclui que o racismo deve ser algum tipo de miragem que só existe na cabeça dos negros e dos petistas.

Por isso, caro leitor, ao ver algum veículo de mídia apresentar um especialista, não deixe de fazer as perguntas indispensáveis: quem é ele? Qual é o seu cacife na disciplina? Por que está ali? Quais serão os outros pontos de vista existentes na mesma disciplina? Quantas vezes esses pontos de vista foram contemplados pelo mesmo veículo? No caso da mídia brasileira, as respostas a essas perguntas são verdadeiras vergonhas nacionais.

Essa matéria é parte integrante da edição impressa da Fórum de novembro. Nas bancas.


Fonte: Revista Fórum www.revistaforum.com.br/

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Moção de aplauso ao Diretório Central dos Estudantes da UFBa


Apresentamos nosso apoio ao movimento estudantil da Universidade Federal da Bahia, através da entidade representativa, o Diretório Central dos/as Estudantes, pela criação da Diretoria de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais no seu VI Congresso dos/as Estudantes, realizado no início do mês de novembro.

O DCE e os/as estudantes da UFBa fazem história ao demonstrar que o combate à homofobia não é compromisso apenas do movimento LGBT, mas uma responsabilidade de toda a sociedade. Também reforça os laços de solidariedade entre os movimentos sociais em luta por uma nação justa, livre e igualitária, o que necessariamente passa por uma universidade sem homofobia.


Sabendo que essa vitória também é responsabilidade do movimento LGBT organizado na UFBa, também parabenizamos o Coletivo Universitário pela Diversidade Sexual – Kiu! e a toda a militância LGBT organizada na universidade.


Aproveitamos para reforçar com o movimento estudantil a relação de respeito, diálogo e apoio mútuo nas lutas que travamos juntos e juntas pela diversidade na universidade e na sociedade.


Plenária final do III Seminário de Fortalecimento do Fórum Baiano LGBT

Salvador, 26 de novembro de 2006