quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O outro lado da foto do estudante que “atacou” Lula na Bahia

Terça-feira, 27 de setembro, do meio da tarde ao início da noite. Durante todo esse período o Estadão on-line não destacou na capa nenhuma foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebendo o título de doutor honoris causa do respeitadíssimo Instituto de Estudos Políticos de Paris – o Sciences-po. É a primeira vez que a instituição pela qual passou parte da elite francesa concede o título a um latino-americano. É sua sétima condecoração.

Diferentemente de terceira-feira passada, 20 de setembro, quando Lula recebeu o honoris causa da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e o Estadão on-line manteve na capa, do início da tarde ao final da noite, esta foto:





Afinal de contas, o que aconteceu? Estudantes ligados ao Diretório Central dos Estudos (DCE) da UFBA resolveram “brigar” com Lula? Ele até fechou os olhos com “medo de apanhar” de um mais “exaltado?

Nada disso. Mais uma demonstração de que a mídia corporativa está mais ligada em fazer política do que em noticiar e a escolha das fotos e manchetes “faz parte”.

O competente jornalista Fernando Brito, conhecedor profundo dos desejos mais sombrios da imprensa brasileira (foi por 20 anos assessor de Leonel Brizola e hoje está com Brizola Neto), denunciou a foto no excelente Tijolaço:

A capa do Estadão on-line é uma incrível expressão de um desejo mal contido de nossa grande imprensa. Olhem aí ao lado, como Lula sofre o “ataque” de um manifestante que participava do “protesto” que “tumultou” a cerimônia de entrega do título de “Doutor Honoris Causa” ao ex-presidente na Universidade Federal da Bahia.

O jornal transforma reivindicação – 10% do PIB para a Educação, algo mais do que justo que se peça numa Universidade – em protesto e o sucesso do ato em tumulto. É só ler como são descritos o “protesto” e o “tumulto” pelo próprio jornal, lá na matéria:

Como não havia espaço no salão onde ocorria o evento, os estudantes tiveram de ficar do lado de fora. Depois, conseguiram entrar no salão, onde acompanharam o fim das homenagens a Lula e voltaram a gritar palavras de ordem – enquanto pegavam autógrafos do ex-presidente nos próprios cartazes nos quais estavam escritas as reivindicações.

Afinal, quem era o “agressor”? Depois de uma porção de ligações para Salvador acabei chegando a Tâmara Terso, estudante de Comunicação e coordenadora-geral do DCE da UFBA.




Tâmara Terso, a chefa da “turba”

– Tâmara, você sabe quem é o aluno que queria “bater” no Lula?

– kkkkkkkkk É o Maltez, o Fernando Maltez, do setor de comunicação do DCE.

– Vocês foram à reitoria protestar contra o Lula?

– Nãããããããããããããããããããããããããããããããão! O que aconteceu foi o seguinte. Nós estávamos fazendo uma manifestação na UFBA, pedindo mais dinheiro para a saúde, para a educação… Aí ficamos sabendo que Lula estava na reitoria, recebendo o honoris causa. Fomos pra lá. Além de conhecer o Lula pessoalmente, queríamos que ele posasse com o nosso cartaz, pedindo 10% do PIB para Educação.

– E a foto com Fernando “partindo pra cima” do Lula?

– Na hora, o Maltez correu, agarrou a mão de Lula. Todos nós caímos na risada.

Fernando Maltez tem 24 anos, é torcedor do Bahia (como Tâmara) e está no último semestre do curso de Direito.

– Fernando, conta a verdade, você queria “descer o braço” no Lula?

– De jeito nenhum. Sou o maior fã. Admiro a história de vida de Lula, tenho consciência do bem que ele fez para o Brasil. É um exemplo para nós brasileiros, é um exemplo para o mundo.

– E o que aconteceu?

– Na hora, todo mundo queria autógrafo de Lula. Teve aluno que pediu pra Lula autografar até no cartaz que carregava.

– Ele autografou?

– Claro. Só que eu não tinha caneta, papel, nada na mão. Aí, disse: “Lula, não tenho, papel, caneta, então me dá um abraço?!”

– Ele deu?

– Claro! Foi o dia mais emocionante da minha vida.

– E a foto do Estadão?

– Já ri muito. Estou famoso (rsr). Agora, pense bem, companheira: “Eu sou da Juventude do PT, você acha que eu iria bater em Lula? Nunca! Pode perguntar pro próprio Lula, se não foi isso o que aconteceu.

Em tempo. Finalmente, há pouco, o Estadão on-line colocou na capa a foto de Lula com o honoris causa do Sciences-po. Só diferentemente da semana passada, quando a foto do “ataque” na Bahia foi inserida no texto, ficando numa posição fixa, a dessa terça estava no slide show com mais cinco imagens, que se alternavam na tela.





Fernando Maltez, o “agressor”: “Lula, não tenho, papel, caneta, então me dá um abraço?!”



Fonte: Conceição Lemes - site Vi o Mundo.

domingo, 25 de setembro de 2011

CARTA ABERTA DAS/OS ESTUDANTES DA UFBA

Nós, estudantes da UFBA, reunidos em Assembleia Geral de Estudantes, na Quintafeira, 22 de Setembro de 2011, no Salão Nobre da Reitoria, discutimos as pautas
listadas a seguir, a partir das dificuldades cotidianas que encontramos na nossa
formação, e da cada vez mais urgente necessidade de se construir outro modelo de
universidade e de educação. Exigimos assim uma audiência em público da Reitoria
com o conjunto das/os estudantes para debater a operacionalização o mais breve
possível das pautas que seguem:

Restaurante Universitário (RU):

1. Aumento dos pontos de distribuição;
2. Aumento da capacidade de produção de refeições do RU de Ondina;
3. Implantação de RU nos campi do Canela, São Lázaro, Vitória da Conquista
e Barreiras;
4. Redução do valor do RU para 1,00 (um) real, sem redução da qualidade;
5. Comida vegetariana;
6. Garantia nos editais de licitação que 30% dos alimentos utilizados no RU, sejam
provenientes da agricultura familiar;
7. Contratação de profissionais proporcionalmente ao aumento da produção;
8. Contra a precarização do trabalho que ocorre com a terceirização no RU;
9. A favor da abertura de concurso para merendeiras, e que os/as estudantes de
nutrição possam ter acesso e atuar nesse espaço junto bem como gastronomia;
10.RU com gestão pública.

Bibliotecas e serviços de xerox:

1. Aumento do acervo bibliográfico de todas Bibliotecas da UFBA;
2. Funcionamento de bibliotecas a noite e durante os finais de semana;
3. Livre acesso dos/das estudantes às bibliotecas;
4. Criação e/ou ampliação do serviço de xérox em todas as unidades;

Residências:

1. Construção de mais Residências Universitárias principalmente nos campi
Canela, São Lázaro;2. Reforma das residências já existentes;
3. Reabertura da Residência - R3 (Com tombamento);
4. Entrega imediata da Residência da Garibaldi;
5. Residência específica para mães estudantes;

Bolsas:

1. Aumento do número de bolsas de pesquisa, bem como de permanência, de
moradia, transporte e alimentação, garantindo o aumento do número de
refeições diárias para bolsistas alimentação.
2. Discussão sobre o processo de seleção das/dos bolsistas;
3. Aumento do valor de acordo com a inflação e equiparação com o salário
mínimo;
4. Que estudantes que já tenham diploma possam concorrer a bolsas também.

Creches:

1. Ampliação do número de vagas para a Creche;
2. Criação de novas unidades nos campi de Barreiras e Vitória da Conquista;
3. Criação de Unidade de Educação Infantil enquanto serviço da universidade,
garantindo a destinação de um orçamento específico, da qual a creche faria
parte e a inclusão dos/as estudantes de licenciatura como professores.

Acessibilidade:

1. Por um plano de acessibilidade na UFBa;
2. Infra estrutura em todos os espaços da UFBA para estudantes com deficiência
física;
3. Criação de núcleos de acessibilidade em todas as faculdades da UFBA, por
entender que o único núcleo de apoio que existe na UFBA, não atende as
demandas dos alunos com necessidades educativas especiais;
4. Maquinas Braille, computadores com leitores de tela na biblioteca e contratação
de mais servidores para os/as estudantes com deficiência visual;
5. Interprete de libras para estudantes com deficiência auditiva;
6. Funcionamento imediato de todos os elevadores das unidades.
7. Garantia de assistência aos residentes e bolsistas recém-formados e que ainda seencontram em situação de vulnerabilidade socioeconômicas (garantia de mais de 6
meses de bolsa)
8. Material didático e de prática para as/os estudantes, especialmente os cursos
novos e com demandas de material específico para a formação plena.
9. Retorno do Transporte Intercampi – BUZUFBA;
10.Ampliação da estrutura física e do quadro de funcionamento da PROAE;
11. Destinação de no mínimo 15% do orçamento da UFBA para Assistência
Estudantil para além do orçamento advindo do “Brasil Universitário” (antigo
PNAES).

Políticas Afirmativas:

1. Criação de ouvidoria e centros de referência para de atendimento a setores
historicamente excluídas como as mulheres, negros e negras, LGBT,
estudantes indígenas, remanescentes de comunidades quilombolas e
portadores de deficiências.

2. Comissão de avaliação das ações afirmativas com todos os setores da
sociedade e movimentos sociais em geral;
3. Uso do nome social das travestis e transexuais em todos os espaços
institucionais da universidade;

Segurança:

1. Construção de um Plano de Segurança da UFBA com participação paritária
de todos os setores.
2. Por uma Guarda Universitária da UFBA: Contratação imediata de mais
vigilantes, capacitação para além da segurança patrimonial – Fora
terceirização.
3. Iluminação dentro e no entorno das unidades;

Noturno:

1. Funcionamento de cantinas, xerox, SGC, colegiado, superintendências e
demais órgãos da administração da UFBA no turno noturno.
2. Contratação de mais servidores tecnico-administrativos para suprir a demanda
desse funcionamento à noite.

Contra mercantilização, privatização e terceirização da Universidade:

1. Contra a privatização dos espaços públicos; 2. Pela revogação da lei 9632/98 que extingue uma série de cargos no âmbito da
Administração Pública como agente de cozinha, segurança, motorista, etc;
3. Pela discussão da gestão pública de serviços fundamentais da Universidade,
como o Restaurante Universitário;
4. Não à privatização do espaço do CEFE – Centro de Educação Física e Esporte;
5. Auditoria Pública das contas das fundações de direito privado na Universidade.
6. Pelo fim das fundações de direito privado na Universidade.
7. Contra o cartel e o monopólio da Xerox, como também das cantinas. As Xerox e
cantinas hoje, além de super explorar as/os trabalhadores/as, apresentam
preços abusivos que não fazem parte da realidade dos/das estudantes.
8. Contra MP 520 que regulamenta a parceria público-privado dos Hospitais
Universitários. Não a privatização! Não ao Projeto de Lei 1749/11 que cria a
EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares.

Extensão:

1. Construção de uma nova política de extensão universitária com o objetivo de
reorientar a formação acadêmica;
2. Fortalecimento e valorização da Extensão Universitária através de projetos e
metodologias de integração popular a exemplo das ACCs e o SAJU, tendo em
vista a reformulação e debate dos projetos com a PROEX e demais órgãos
competentes;

Construção do colégio de aplicação garantindo as estruturas específicas para
todas as áreas levando em consideração as especificidades das artes em suas
quatro linguagens.

Criação de mais áreas de concentração para os BI’s

Áreas verdes da Universidade:

1. Institucionalizar o Sistema Agroflorestal (SAF – Biologia);
2. Criação de espaços semelhantes ao SAF – Biologia e preservação das áreas
verdes com uso e manejo das áreas verdes - áreas verdes não são apenas
paisagismo!;3. Construção de uma política ambiental;
4. Formação universitária com educação ambiental.

Que a UFBA realize uma campanha de incentivo do uso de canecas ou
garrafinhas para utilizar os bebedouros; e recolhedores de copo descartável para
reciclagem.

Revogação da portaria que proíbe a realização de eventos (festas) na UFBA e o
acesso após 22h;

Contra o sucateamento das saídas de campo. Mais transporte para aulas
práticas, estágios extra-curriculares, atividades de campo, eventos acadêmicos e
de organização estudantil.

Democratização da gestão da universidade:

1. Participação paritária dos três setores da universidade (estudantes,
professores e técnicos) nos conselhos superiores, nas congregações e nos
departamentos;
2. Ampla discussão na UFBA sobre os processos de escolha de dirigentes e sobre
a gestão: voto universal e gestão tripartite;
3. Cumprimento do dever da reitoria de repasses financeiros;
4. Construção de Orçamento Universitário Participativo.

Construções, obras e reformas:

1. Retorno imediato das construções que se encontram paradas;
2. Liberação de aditivos para as unidades que estão com obras paradas por conta
de burocratização dos processos de licitação;
3. Fiscalização das obras e cumprimento dos prazos de entrega.
4. Construção do plano inclinado que ligue a Politécnica a Ondina;
5. Construção de vestiários para que os estudantes que necessitam passar o dia
inteiro na UFBA possam tomar banho
6. Construção do prédio do Instituto de Psicologia, incluindo o departamento de
Serviço Social.
7. Construção do prédio do IHAC;
8. Construção do prédio da Faculdade de Educação;
9. Conclusão da reforma do Centro de Esportes;10.Retomada imediata da obra da escola de Medicina

Veterinária e Hospital

Veterinário, e abertura da parte das obras já completadas;

Construção da clínica escola que abarcará os cursos de Fonoaudiologia,
Fisioterapia e Biotecnologia

Reforma imediata no ambulatório de Odontologia (para os quais já existe
verba), bem como a de outros ambulatórios.

Abertura do Raul Seixas com condições básicas de funcionamento e
autonomia da sua gerência para a FFCH.

Contra a mudança do SMURB para o Magalhães Neto: o SMURB deve
continuar na federação até a reforma do ICI.

Trocar todos os reservatórios de Amanto (“Eternit”), que é cancerígeno, por
PVC e fazer a manutenção e a limpeza dos mesmos

Ampliação do número de salas.

ampliação da rede de energia do campus de Ondina.

Ampliação do número de estacionamentos para o campus de Ondina.

Realocação de estudantes de artes cênicas durante as obras

Construção de um Centro Cultural

Democratização na política de utilização da Universidade como todo, garantindo
que o CEFE não seja a única opção para eventos culturais;

Autonomia da FACED no gerenciamento do CEFE (inclusive nos eventos tais
como o Camarote Universitário);

Autonomia do Hospital Veterinário e verba destinada diretamente para a
manutenção do programa de especialização em forma de residência veterinária.

Garantia de financiamento de alimentação nas fazendas, com autonomia nos
transportes por unidade, sem dependência do SAD;

Reestruturação das fazendas da Universidade, garantindo maior acesso e melhor
utilização dos/das estudantes;

Ar-condicionado para as salas de São Lázaro, PAF5 e PAF1.

Bicicletário em todas as unidades.

Oferecer condições mínimas de higiene: papel higiênico e sabão liquido;

Aprovação do Instituto de Ciências e Tecnologia da Computação e de Educação
Física, e a retirada dos outros 4 projetos de novos institutos da consulta publicapara discussão destes no CONSUNI imediatamente.

Contra o congelamento do salário das/dos servidores técnico-administrativos

Contratação imediata de mais professoras/es e servidoras/es técnicoadministrativos.

Financiamento da Educação Pública:

1. 10% do PIB para Educação Pública!
2. Pelo fim do veto ao 50% do Fundo Social Pré-sal para Educação Pública,
com exploração pública do pré-sal e Petrobrás 100% Estatal.
3. Que a Administração Central tome um posicionamento a favor dessas pauta por
meio de carta pública.
4. Reversão dos cortes do orçamento da União, em especial os 3,1 bilhões na
educação;
5. Por no mínimo 2% das verbas do MEC (1,3 bilhões) para assistência estudantil.

Por uma Universidade Pública, Gratuita, Democrática e Popular!

Salvador, 22 de Setembro de 2011.

Assembléia Geral de Estudantes da UFBa,

Centros e Diretórios Acadêmicos da UFBa,

Diretório Central dos Estudantes da UFBa.

Fonte: Assembléia Geral

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Estudantes se reúnem na reitoria da UFBA para cobrar mais investimentos






Estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia da Bahia (IFBA) e da Universidade Federal da Bahia (UFBA) se reúnem na reitoria da Universidade, em Salvador, na tarde desta quinta-feira (22) para cobrar que 10% do PIB (Produto Interno Bruto) seja destinado à educação.

De acordo com informações de Tâmara Terso, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), a mobilização pretende fechar uma pauta de reivindicações para que a partir daí seja marcada uma reunião com a administração central da universidade. Ela ainda afirmou que a ação desta quinta-feira integra uma mobilização realizada nacionalmente.

Segundo a avaliação de Tâmara, a Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) e outros programas de expansão de vagas provocaram uma ruptura na universidade pública, que no momento necessita de mais investimentos para continuar mudando e se democratizando. “Não dá para encher a faculdade de estudantes e não investir na sua infraestrutura”, desabafa a estudante. Ela também informa que o movimento cobra melhores condições de permanência na instituição para estudantes em condição de vulnerabilidade social.

Questionada sobre a ocupação da reitoria por um período maior, a estudante descartou a possibilidade e afirmou que o movimento acredita que atingirá seus objetivos a partir do diálogo com a reitoria da universidade e demais autoridades.
De acordo com o assessor de comunicação da UFBA, Marco Queiroz, o salão nobre foi liberado pela unidade de ensino para a realização da assembleia dos estudantes. Marco disse ainda que a reitoria aguarda a apresentação dos pleitos dos universitários para que sejam avaliados. "A UFBA é um espaço democrático e a reitoria entende que esse processo é importante. As reivindicações serão analisadas", completa Marco Queiroz.


Fonte: G1 Bahia

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ousar ser Diferente em Vitória da Conquista!

Na última sexta-feira o coletivo Ousar ser Diferente, com o DCE da UESB/ Jequié, a UNE e estudantes da UESC participaram do debate na UESB/ Vitória da Conquista sobre aprovação do Sistema de Seleção Unificada (SISU) para o processo seletivo de 2012. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) debateu sobre a adesão ou não do SISU, que permitirá que a partir de 2012.2 parte dos estudantes da UESB ingressem através das notas do ENEM.

Estudantes dos três campus da UESB estiveram presentes e engrossaram a mobilização com uma opinião unificada, apesar de muitas ponderações. Na opinião do DCE de Conquista e Jequié o SISU naquele momento não poderia ser aprovado porque a discussão sobre o tema não tinha sido ampliada para toda a universidade, portanto o pedido era de mais debate para aprovação consciente.

Outro tema que também envolvia a aprovação do SISU era a verba que viria junto com o sistema, destinada especificamente para o fortalecimento das políticas de permanência dos/as estudantes. Cerca de R$ 1.950.000,00 seria investido no PNAEST – Programa Nacional de Assistência Estudantil para Instituições de Educação Superior Pública Estadual. Na opinião da reitoria e da maioria dos colegiados e departamentos presentes a verba que a UESB teria a partir do SISU tiraria a universidade do “vermelho”, já prevendo que essa verba poderia ser alocada para outros setores, o que do ponto de vista dos/as estudantes é completamente errada sendo esta verba apenas destinada à permanência estudantil.

No fim do CONSEPE a proposta de adesão ao SISU foi aprovada por ampla maioria, estipulando um percentual de 50% do ingresso pelo sistema já em 2012.2. Após a aprovação os estudantes reivindicaram a criação de um Orçamento Universitário Participativo para gerir a verba do SISU e evitar que o dinheiro seja gasto em outras áreas menos prioritárias.

Na opinião do Ousar o SISU avança no sentido de ser uma janela para a construção de novos métodos de avaliação e para o tão sonhado fim do vestibular. Um outro avanço é a estrutura da prova que com o ENEM se torna mais democrática e de fácil acesso aos estudantes oriundos de escolas públicas e de baixa renda. Não perdemos de vista as falhas apresentadas nos últimos anos pelo ENEM, porém achamos hoje ser essa à única alternativa aos vestibulares tradicionais e excludentes.

Um outro olhar sobre o SISU é sobre a disputa da concepção de Educação e Universidade. Com a democratização do acesso entendemos ser fundamental a reestruturação dos currículos, a criação de linhas de pesquisa e extensão críticas e comprometidas com a sociedade, comunidades e movimentos sociais. Combater uma educação colonizada é tarefa de uma expansão e reestruturação de qualidade e o movimento estudantil precisa urgentemente se apropriar desta pauta.



Outras Agendas...


Ainda na sexta o coletivo Ousar ser Diferente se reuniu com militantes da UESB, UESC e UFBA/ Conquista para fechar a data do 1° Encontro Estadual do Ousar Ser Diferente e traçar estratégias para o Fórum de Discentes das Universidades Estaduais que se iniciava aquela noite na UESB. O encontro foi fechado nos dias 01 e 02 de Outubro em Salvador e terá como tema a organização do coletivo estadual frente aos desafios da nova conjuntura das universidades federais e estaduais. Temas como o financiamento público da educação, política de extensão e disputa do conteúdo educacional estão na programação, assim como nossa organização na atual gestão da UNE e da UEB.



Fonte: Ousar ser Diferente.

Carta aberta de fundação do Coletivo 13 de maio

“Novos tempos, novos rumos, novos e bons ventos de luta se apresentam!”


O movimento social é a forma dos diversos segmentos da sociedade civil se organizar para lutarem por suas demandas. Destaca-se como um dos braços mais importantes dos movimentos sociais brasileiros o movimento estudantil, que protagonizou diversos momentos históricos, a exemplo da luta pela criação da Petrobras e pela redemocratização do nosso país.
Tendo em vista essa responsabilidade histórica, surge na UESC um coletivo – que tem a intenção de unir não só os estudantes, mas também os técnicos e docentes – com intuito de debater de forma aberta e democrática os rumos e as intervenções na sociedade, a partir da nossa universidade, fazendo com que a UESC se torne de fato um instrumento de transformação da realidade regional.

Nosso pensamento é romper com os muros da academia e consolidar um canal mútuo de construção entre sociedade e universidade. Com base nesse entendimento, podemos estabelecer uma intervenção mais efetiva no contexto local, utilizando de nossos conhecimentos acadêmicos não como “caminho da salvação”, mas que junto com todo acumulo dos diversos movimentos sociais, e a população em geral, possamos fazer virar realidade o sonho de termos uma sociedade justa, igualitária e alicerçada em bases extremamente democráticas.

13 de maio, a importância

“Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem” (Rosa Luxemburgo)
O nome do nosso coletivo não poderia ser outro. A abolição da escravatura, que aconteceu aos 13 dias de maio de 1888, rompeu com as correntes que prendiam o povo que foi arrancado de sua pátria mãe e trazido para o Brasil a força. Foi uma conquista inegável, mas apenas o fim da escravidão institucionalizada não trouxe a justiça social esperada. Outras amarras precisaram ser quebradas.

Até hoje o Estado brasileiro tem essa dívida histórica, mas foi, e é necessário o suor, a boa vontade e o senso de igualdade e justiça social de muita gente para que passos importantes nessa reparação fossem dados. Bons exemplos disso são as políticas de cotas, a lei de combate ao racismo e o Estatuto da Igualdade Racial.

O nome do nosso coletivo foi inspirado nesta data, e também na intenção de quebrar correntes que nos prendem até hoje. As correntes de toda e qualquer discriminação – como a homofóbica, a machista, a racista, a social, a contra deficientes, e todas as outras existentes; quebrar as correntes do autoritarismo nos movimentos sociais, onde grupos, ou vanguardas, sem ouvir ou saber a opinião da maioria, achando serem os detentores do saber e da verdade, ditam o que deve ser seguido pela base; quebrar as correntes do individualismo, que nos prendem em nossos próprios interesses, fazendo com que as pessoas deixem de lado a busca pela resolução de problemas coletivos, se engajando coletivamente; a quebra com o discurso anti-dialético, que defende posições de forma intransigentes, só desejando a alternativa que lhe cabe, e desconsiderando que, de modo dialético, todo embate tem como resultado a síntese de posicionamentos distintos (e como esse embate de posições – esse movimento – é constante, prova que nossas ações estão passiveis a reflexão, ao diálogo com a realidade, e mudança); quebrar com o sectarismo, que acredita ser tão radical, que se isola e acaba não atingindo de forma relevante a raiz do problema - o discurso anti-dialético junto com o sectarismo acabam gerando posicionamentos quase que “messiânicos”, de tão “perfeitos” e “imutáveis” que se consideram, ou seja: pura e simples demarcação política. E nos propomos a discutir tudo isso com muito respeito às opiniões diferentes, porém com a firmeza e seriedade necessárias, buscando sempre a maior coerência possível.

Contudo, só o 13 de maio - com nossa força de vontade, crença que só no engajamento cotidiano poderemos transformar para melhorar a realidade - não trará a resolução de todos os problemas sozinho. Por isso nossa palavra de ordem é construção coletiva, junto com a base. É necessário que mais e mais pessoas venham aderir esse projeto, que ouçamos mais vozes... todas elas!

Não temos “receita de bolo” para resolução de todas as demandas. E se fosse para fazermos proposições nossas, sem ouvir as diferentes partes, os diferentes saberes, não precisava construir esse programa, falando de toda essa coletividade – de nada adiantaria tudo que defendemos aqui até agora. Queremos fazer valer a idéia de que várias cabeças pensam melhor que uma.

É melhor enfrentar os problemas sozinhos, ou organizados, e com muita gente?
Não queremos escolher o caminho a ser trilhado, mas desbravá-lo junto com todas e todos. E, lembrando sempre que a maioria, desorganizada – e oprimida – só interessa a minoria, que está organizada – detém o poder e oprime

13 de maio ocupando espaços

“Também não podemos deixar de achar um absurdo ridículo e pueril as argumentações ultra-sábias, empolgadas e terrivelmente revolucionárias dos esquerdistas alemães a respeito de idéias como: os comunistas não podem nem devem atuar nos sindicatos reacionários; é lícito renunciar a semelhante atividade; é preciso abandonar os sindicatos e criar uma “união operária” novinha em folha e completamente pura, inventada por comunistas muito simpáticos...”

(Citação de Lênin em seu livro, “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, falando sobre militantes comunistas esquerdistas que não queriam disputar espaços que tinham reacionários presentes)

Comungamos com a idéia de João Pedro Stedile, de que para se pensar em socialismo, ou em uma sociedade igualitária, é necessário primeiro ter uma grande militância – base social – , e também realizar a disputa institucional – que não é só a disputa político-eleitoral, mas também a disputa de movimentos sociais em geral (entidades de categorias, associações de bairro, etc). Diante disso, faz-se necessário a disputa de espaços como esses na Universidade - que são os C.A.’s, D.A.’s,DCE, e no caso da UESC, também a AFUSC e a ADUSC - para mostrar a nossa cara, nossas idéias, construir junto com a base, e assumir o compromisso de defender e mobilizar todas e todos não só para questões acadêmicas – que são importantes e irão contribuir para nossa formação enquanto profissional e como cidadãos –, mas também para as diversas questões que assolam a sociedade.

Como é tático a ocupação desses espaços, e as entidades mencionadas anteriormente são locais, não podemos perder de vista âmbitos de representação como o estadual e federal. Compreendemos que por mais que tais entidades passem por problemas, de qualquer natureza, elas são reconhecidas institucionalmente e gozam de espaços de interlocução muito importantes. Não deve ser finalidade de qualquer movimento social a conquista de entidades. Mas sim, conquistar esses espaços como um dos meios para se romper com o status quo – esta sim deve ser nossa finalidade.

A opção por se abster, ou apenas criticar, esses espaços não avança em nada nas bandeiras que defendemos, pelo contrário. O que vai acontecer é que esses espaços serão ocupados por pessoas que farão o que bem entender deles – e com a conivência de quem se ausentou.
Diante disso, fica o chamamento a todas e todos que acreditam em uma sociedade melhor - justa, igualitária, democrática e socialmente referendada - para nos unirmos nessa luta. Enquanto setores que acreditam e brigam por um Brasil, e por um mundo melhor, estão separados e se digladiando, quem defende que tudo permaneça como está acaba passando despercebido. Estamos do mesmo lado de uma mesma trincheira, porém em locais diferentes. Divergências sempre irão existir – dentro de um único grupo, ou em um âmbito geral – , e é salutar que elas existam. Mas temos que pautar o que nos une, e não no que divergimos.

Só assim, fazendo esse diálogo com a realidade, buscando coerência cada vez maior entre teoria e prática, e arregaçando as mangas, que vamos fazer com que nossas pautas avancem.
Saudações de luta!!!

“Carrego pra onde vou
O peso do meu som
Lotando minha bagagem
o Meu maracatu pesa uma tonelada de surdez
E pede passagem” (Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada – Nação Zumbi)


Fonte: Leno Miranda, militante do Coletivo Ousar ser Diferente/UESC.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Marcha dos/as estudantes da UFBA defende 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação!












Nesta última segunda-feira, dia 12, os/ as estudantes da UFBA escreveram mais uma página do movimento estudantil baiano, seguindo uma tendência nacional de mobilizações em defesa da educação pública e de qualidade fomos às ruas reivindicar 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, assim como diversas pautas que atinge diretamente nossa Universidade. Foram mais de 200 estudantes em marcha e o Coletivo Ousar ser Diferente estava lá, fazendo parte desta vitoriosa mobilização.

A UFBA vive um período de expansão e reestruturação que deu início em 2008 e que mudou sua cara. De lá pra cá novos cursos foram implantados, assim como novas modalidades, duplicamos o número de vagas e hoje temos aulas das 07:00 as 22:30hs. O ingresso da classe trabalhadora ao ensino superior e de mais negras e negros através das cotas sócio-raciais é uma realidade, nesse sentido é imprescindível o aumento de mais verbas para a educação e da destinação participativa destes recursos.

Hoje, em 2011, nossa universidade entra na etapa final do projeto de expansão e reestruturação, porém enfrentamos muitas dificuldades na gerencia e nos recursos. Muitas obras estão paradas, há uma precarização visível dos/das trabalhadores/as técnicos e terceirizados, e as políticas de assistência estudantil não acompanham a expansão de vagas. Nos últimos meses enfrentamos mais de 90 dias de greve dos servidores técnico-administrativos, e na última semana dos foi à vez da greve dos/as vigilantes, que agrava ainda mais o nosso velho conhecido problema de segurança.

Os estudantes da UFBA, DCE, UNE e UEB, além dos Fóruns de São Lázaro e Ondina se somaram a partir do dia 12 as mobilizações dos trabalhadores/as da UFBA para reivindicar uma postura urgente da reitoria sobre a situação e crise que vivemos. A partir da nossa mobilização inauguramos um momento de atividades constante que culminará numa grande Assembléia Geral de Estudantes da UFBA dia 22 de Setembro na Reitoria!

Convocamos a todas e todos para participar do nosso calendário de mobilização, pois uma Universidade Democrática e Popular se constrói nas lutas diárias!


Calendário:

Segunda a Quarta-feira – 19/09 a 21/09 – Aulas Públicas organizadas pelos Fóruns dos Campi (São Lázaro, Ondina dia 21, Canela dia 20).

Terça-feira – 20/09 – Conselho de Entidades de Base – com a pauta da mobilização para agregar os demais CAs e as pautas dos diversos campi tiradas nos Fóruns.

Quinta-feira – 22/09 – Assembléia Estudantil da UFBA, na reitoria.


Fonte: Ousar Ser Diferente

sábado, 3 de setembro de 2011

Ousar ser Diferente presente na Marcha dos Estudantes e no Planejamento da Diretoria Plena da UNE em Brasília.







“Estudante em Agosto qual é sua missão? 10% do PIB para Educação”. Com essa palavra de ordem cerca de 12 mil estudantes de todo o Brasil se reuniram na frente do Banco Central em Brasília, no dia 31 de Agosto para realizar aquela que seria uma das maiores Jornada de Lutas em defesa da educação feita pela UNE. A jornada de lutas (também chamada de Marcha dos/as Estudantes) agregou diversos setores do movimento social como o MST, CNTE, FASUBRA, Marcha Mundial das Mulheres, CUT e o coletivo Ousar Ser Diferente, que estavam lá contribuindo na luta pela aprovação de um PNE com a cara do estudante brasileiro.

A lavagem da porta do BC no início da marcha teve como objetivo denunciar quanto do orçamento público é gasto em juros da divida interna e com o capital privado. E deu certo! Horas mais tarde toda a mídia brasileira anunciava a diminuição de 0,5% dos juros na reunião do COPOM. O Movimento social mais uma vez conseguiu vitórias, mas permanece na luta pela aprovação dos 10% do PIB para a educação e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação, afinal de contas financiamento é pauta prioritária do M.E. neste momento.

Outras agendas do dia 31...



Depois da vitoriosa Marcha dos Estudantes o dia ainda prometia muita agenda de mobilização. Enquanto a diretoria executiva da UNE era recebida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, numa reunião de balanço e reivindicação que contou com a entrega de uma pauta de 43 pontos prioritários, outra parte da diretoria da UNE se dividia entre duas audiências públicas na Câmara e no Senado Federal. A primeira audiência na Câmara debateu o tema dos Direitos Humanos, com a presença da UNE e da militante do M.E. chileno Camila Vallejo, que foi convidada a participar da audiência e relatar como os direitos humanos estão sendo violados pela polícia nas manifestações dos estudantes no Chile, inclusive com a própria Camila sendo ameaçada de morte.

A segunda audiência, no Senado, tratava do financiamento público da Educação. Presidida pelo Senador Paulo Paim, a audiência tinha como ponto estratégico debater o PNE e a aprovação dos 10% do PIB para a Educação. A CNTE, UNE e UBES fizeram bonito pautando o financiamento como estratégico para manutenção do REUNI, valorização do trabalhador/ora em educação, políticas de permanência e na disputa da qualidade de ensino nos níveis básico, médio e superior.


Planejando a UNE para as lutas do próximo período.






No dia 01 de Setembro a diretoria Plena da UNE se reuniu na Universidade de Brasília – Unb, para realizar a 1° reunião de planejamento da gestão. O debate foi aberto com o tema conjuntura e logo depois foi feito uma sabatina sobre o PNE junto com o MST e CNTE ao deputado Ângelo Vanhoni, relator do plano na Câmara dos Deputados. Nas falas da direção da UNE e dos movimentos sociais havia um tom de entusiasmos, não só em aprovar o PNE, mas de implementa-lo no sentido de construir uma nova educação, com um ensino multidisciplinar, que respeite as minorias e que leve em consideração os saberes populares.

O terceiro ponto de pauta da reunião foi o a apresentação do planejamento das diretorias e sua aprovação. A diretoria de Extensão da UNE, que o Ousar dirige, apresentou o desafio de colocar a extensão universitária como prioridade na disputa do conteúdo da educação juntamente como a integração da Universidade às Comunidades e aos Movimentos Sociais. Reformular o Projeto Rodon, numa perspectiva Urbana, criar Lei que Regulamente o projeto Rondon, lutar por no mínimo de 30% de créditos obrigatórios para disciplinas de extensão e realizar o I Seminário Nacional de Extensão é uma das nossas tarefas para o próximo período.

A gestão da UNE 2011-2013 tem suas lutas do tamanho de seus sonhos, logo, colocar a estudantada na rua, construir ainda mais nossa entidade na base dos/as estudantes e disputar a educação como estratégica para o desenvolvimento do país é o que nos orienta!

Viva a UNE e os/as Estudantes brasileiros/as!


Fonte: Ousar ser Diferente.