Localizado
em Vitória da Conquista, terceira maior cidade do estado da Bahia possuindo
destaque em desenvolvimento econômico e na saúde, o Instituto Multidisciplinar
em Saúde (IMS) iniciou suas atividades no ano de 2006 com o objetivo de consolidar
o ensino superior na região do sudoeste da Bahia, sendo uma estratégia de
interiorização das Universidades Federais. O IMS contou, inicialmente, com três
cursos, sendo eles farmácia, enfermagem e nutrição. Em 2009 são incluídos os
cursos de biotecnologia e ciências biológicas no instituto, aumentando, assim,
o corpo discente. Já em 2010, com o programa REUNI, é incorporado a esta lista
o curso de psicologia.
Os
primeiros cursos a serem implantados já iniciaram suas atividades acadêmicas enfrentando
graves problemas como a falta de estrutura física para o acontecimento das
aulas. No primeiro dia letivo as turmas se depararam com o espaço onde
ocorreriam as aulas, ainda em obra, e assim iniciaram-se os primeiros desafios
para a construção de um espaço para a formação em saúde. Com este primeiro
empecilho, surge também a insatisfação dos egressos, pois a tão sonhada
Universidade Federal ainda não existia.
Mesmo
que tímido, o movimento estudantil do IMS começa a tomar corpo. Meses depois da
data marcada para o início das aulas os estudantes iam às ruas da cidade
manifestar seu descontentamento e pedir soluções. Embora, a organização
estudantil tenha se iniciado cedo, esta se manteve fria por muito tempo,
reacendendo-se há pouco mais de um ano com o estopim e auge das insatisfações
por parte dos diversos problemas que ocorriam com todos os cursos como a
deficiência de livros, falta de campo de estágios bem como professores, insegurança
no Campus, falta restaurante universitário que proporcionasse uma alimentação
adequada para suprir as necessidades dos discentes que permanecem por todo o
dia na universidade, entre outros.
Hoje, temos cerca de 950 estudantes matriculados e
efetivos, e por sermos um campus de cinco anos, ainda temos muitas demandas a
serem realizadas no que diz respeito à assistência estudantil. Com a chegada de
novos cursos e aumento no número de estudantes, as políticas que garantam a
nossa permanência na universidade, ainda são muito escassas.
Temos auxílios moradia, alimentação e transporte,
porém não supri nossas reais necessidades, acarretando em dificuldades no
processo de formação principalmente para os estudantes com vulnerabilidade
social e oriundos de outras cidades. Sabemos dos esforços feitos por parte da
Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, mas, reforçamos que estes não têm sido
suficientes.
Em nosso instituto, temos uma praça de alimentação
situada em área reservada aos laboratórios, e nesta encontra-se apenas uma cantina
voltada para o fornecimento de lanches e com preços elevados, o que onera o
nosso orçamento sem ao menos cumprir a demanda dos estudantes.
Em diversos momentos foi demonstrada a necessidade
da implantação do RU no campus de Vitória da Conquista e estamos cientes que já
foram iniciados os estudos técnicos para adequação do espaço físico, porém
precisamos de soluções emergenciais para implantação do nosso restaurante
universitário.
Considerando que boa parte dos estudantes pertence a
outras localidades, é também fundamental a residência universitária
facilitando, assim, a vida acadêmica em relação a gastos e deslocamentos dos
estudantes.
Com
a necessidade de lutar pela melhoria da educação superior, principalmente
dentro do IMS, e levantar debates importantes dentro da conjuntura social,
estudantes das representações dos vários cursos se juntaram com um desejo comum
de formar-se politicamente dentro de um panorama da sua própria realidade, e
assim, construir e dividir conhecimentos e experiências configurando-se armas
importantes para os desafios que serão enfrentados. Dessa forma, surge o
primeiro coletivo do instituto denominado “Batucada”, com o intuito de
fortalecer o movimento estudantil, tornando-se um espaço para interação, debate
e desenvolvimento de estratégias entre cada representação.
Cientes
de nosso papel para a construção de uma universidade democrática e popular, que
ofereça condições adequadas para o desenvolvimento do indivíduo como
profissional e, principalmente, como protagonista para as mudanças sociais
inserimo-nos nessa Ciranda de Lutas a fim de tornarmos real este desejo.
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