quarta-feira, 30 de março de 2011

Nota Pública dos Estudantes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB - Campus de Jequié

Nós estudantes da UESB-Campus Jequié reunidos no último dia 22.03.2011 em seu Conselho de Entidades de Base (CEB) decidimos iniciar um Processo de Mobilização com o objetivo de sensibilizar os poderes públicos para a realidade enfrentada pelas Universidades Estaduais, em especial a UESB campus de Jequié.

Como sabemos esta realidade não é nova e, ainda que o governo do estado afirme ter ampliado os investimentos no último período, uma preocupação mais estratégica com a educação nunca foi apontada pelo mesmo. Não foi apresentado nenhum projeto, que aponte uma perspectiva em relação ao desafio de colocar as universidades estaduais em sintonia com um projeto de desenvolvimento para a Bahia, que seja capaz de ocupar os vazios econômicos regionais e reduzir as disparidades que marcam o Estado.

Não bastasse as dificuldades existentes o governo do estado, contradizendo seu próprio discurso de fortalecimento das Instituições Estaduais de Ensino Superior, baixa o Decreto de nº 12.583/11 e a Portaria Conjunta SAEB/SEFAZ/SEPLAN de nº 001 que atingiu diretamente as Universidade Estaduais, uma vez que impedem a concessão de Regime de Dedicação Exclusiva para os professores e a contratação de professor substituto quando do afastamento de professores para cursos de pós-graduação.

Tais medidas afetam também o cronograma mensal de liberação dos recursos para as universidades e por conseqüência a aquisição de materiais, construção de instalações paralisadas, manutenção dos equipamentos, programas de bolsas para estudantes e todas as diversas atividades necessárias para garantir a formação de bons profissionais.

Na UESB, isto soma-se as falhas na implantação de novos cursos, obras paralisadas(Novo Módulo de Salas - “A Lenda” , R.U. e Módulo de Saúde) , falta de salas e as más condições das existentes (apresentando problemas que vão da ventilação à acessibilidade), além da falta de planejamento e acompanhamento na liberação de professores para pós-graduação, que trouxe como resultado imediato/anunciado a falta de professores na maioria dos cursos e, a impossibilidade de formatura em alguns destes.

Por isso, pedimos o apoio da comunidade em geral na defesa dos nossos direitos e para garantir que a educação superior seja poupada de cortes orçamentários, pois ela é uma das principais bases para a construção de um Brasil e uma Bahia forte e desenvolvido.

Viva o Movimento Estudantil!
Viva a Universidade Pública!!!



Fonte: Coletivo Ousar ser Diferente UESB Jequié

Ousar ser Diferente constrói acampamento da Marcha Mundial de Mulheres na França.






Um grupo de jovens feministas francesas (ou melhor que moram na França), teve, no final de 2010, a ideia de organizar um acampamento de jovens feministas da Europa. O acampamento saiu do papel, já tem data e local definido, acontecerá nesse verão entre 9 e 11 de julho em um espaço alternativo próximo a Toulouse (França).

O objetivo do encontro é aproximar jovens feministas da Europa, intercambiar visões, unificar opiniões e criar projetos de luta no continente. Suiça, Galícia, País Basco, Turquia , Portugal, Polônia e Macedônia já confirmaram suas participações e estão também nos ajudando na organização. Não há tema definido, porém alguns assuntos vêm sendo debatidos e estarão em pauta, como o preconceito contra lésbicas, também contra muçulmanas, a mercatilizaçao do corpo feminino, a viloência contra as mulheres, a questão da migração de mulheres, o aumento da pobreza no continente e a instrumetalizaçao do movimento feminista pela direita.

O acampamento sera auto-gerenciado, e cada país participante compartilhará um pouco da sua cultura, gastronomia, problemas vivenciados pelo movimento feminista e seus projetos. O acampamento pretende ser um marco na união das jovens feministas da Europa.

Mais informações: mmfjeunes@gmail.com / @mmfjeunes (twitter) / Jeunes MMF (sur facebook)/ http://youngfeministscamp.catchforum.fr (fórum em francês, inglês e espanhol)


Fonte: Camilla Barros, Militante do Coletivo Ousar Ser Diferente (França).

quarta-feira, 23 de março de 2011

Regimento do Conselho Estadual de Entidades Gerais da União dos Estudantes da Bahia.

O COEG da UEB será realizado no dia 07 de Abril de 2011 em Salvador. Inscreva sua Entidade Geral e ajude a construir uma UEB fortalecida e atuante!



Segue abaixo o Regimento do COEG da UEB:





I – DO CONSELHO ESTADUAL DE ENTIDADES GERAIS DA UEB

Art. 1º – O Conselho Estadual de Entidades Gerais (COEG) é a instância deliberativa da União dos Estudantes da Bahia, onde têm direito a voz e voto as entidades representativas dos estudantes no âmbito da instituição de ensino superior (DCE's), no âmbito municipal e também as executivas e federações estaduais de curso, devidamente credenciadas, conforme consta neste regimento.

Art. 2º – O COEEG da UEB será realizado no dia 7 de abril de 2011, na cidade de Salvador. Compete ao COEEG, dentre outros temos que o Estatuto da UEB lhe dá competência, convocar o 4º Congresso pós-reconstrução da União dos Estudantes da Bahia.
§1º – O COEEG poderá ser adiado em até 24 horas pela mesa diretora da diretoria executiva da UEB, composta pela presidência, vice-presidência, tesouraria-geral, primeira tesouraria e secretaria-geral.

Art. 3º – Terá direito a voto o/a delegado/a indicado/a para o COEEG pelo respectivo DCE, Executiva ou Federação Estadual de Curso, ou entidade municipal.
§ 1º – Cada entidade geral terá direito de indicar um/a estudante suplente, que assumirá na condição de delegado, a partir do momento que for verificada a ausência do delegado/a titular. Esta ausência será caracterizada pelo prazo limite estabelecido pela diretoria executiva da UEB.
§ 2º – O COEEG estará aberto à participação de observadores, devidamente cadastrados e com direito à voz.

Art. 4º – Não será cobrada taxa de inscrição para o COEEG da UEB.

Art. 5º – O processo de eleição de delegados e suplentes ao COEEG da UEB será casado com o processo de eleição de delegados e suplentes ao 59º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da União Nacional dos Estudantes, sendo adotados os termos estabelecidos no regimento do CONEG da UNE ao COEEG da UEB, salvo disposição contrária neste regimento.

Art. 6º – O recolhimento dos materiais para o credenciamento ao COEEG da UEB será iniciado no dia 7 de abril de 2011, às 7h00, em local definido pela executiva da UEB.
§ Único – os casos de duplicidade de representação serão analisados e julgados pela Executiva da UEB.

Art. 7º – O COEEG da UEB deverá constar de mesas, painés e plenária final, podendo a executiva da UEB incluir outras programações.

Art. 8º – A mesa dirigente dos trabalhos será formada pelo presidente da UEB, pela vice-presidente e pela secretária geral da entidade.

Art. 9º – As decisões e resoluções aprovadas no COEEG da UEB deverão ser tomadas pela maioria dos votos dos/as delegados/as presentes na plenária final.

Art. 10º – Os casos omissos neste Regimento serão submetidos à Executiva da UEB.


Salvador, 20 de março de 2011.


Diretoria Plena da UEB

Após a Reunião da Diretoria Plena da União dos Estudantes da Bahia a entidade emite resoluções avançadas!










Depois de uma reunião que organizou a diretoria plena da UEB no último domingo, 20/03, e que cumpriu o papel de reacender o debate sobre a Assistência Estudantil nas Universidades públicas e particulares do estado, a entidade lança uma resolução que avança nas mobilizações e nas cobranças ao poder público por uma política de permanência digna aos estudantes.

Entendendo que no último período o Governo Federal avançou com a política de expansão de vagas e reestruturação das universidades públicas e nas universidades privadas com o PROUNI, é preciso que as/os estudantes nesse período que se aproxima defendam nas ruas a garantia destes direitos e a conquistas de outros como o Plano Estadual de Assistência Estudantil.

Segue abaixo a resolução na íntegra:





RESOLUÇÕES DA REUNIÃO DA DIRETORIA PLENA DA UNIÃO DOS ESTUDANTES DA BAHIA - UEB

A União dos Estudantes da Bahia, em reunião de sua Diretoria Plena, durante o dia 20 de março de 2011, na sede da APLB sindicato, discutiu acerca da Educação e à realidade do Ensino Superior na Bahia na atual conjuntura. O debate girou em torno de temas como a realidade do Ensino Superior privado, a Assistência Estudantil e a situação das Universidades Estaduais. Além disso, PNE – Plano Nacional de Educação – foi apontado como um importante desafio do Movimento estudantil para o 1º semestre de 2011, visando influenciar no conteúdo do Projeto de Lei que está em tramitação no Congresso Nacional.

O processo de desnacionalização da educação superior privada no Estado da Bahia vem sendo acentuado desde o ano de 2010 e aponta uma perspectiva de maior sucateamento das faculdades particulares e um cenário de maiores dificuldades a serem enfrentadas pelos estudantes. Em algumas universidades, professores-Doutores estão sendo demitidos em massa, sendo substituídos pela contratação de professores recém-formados para ministrarem as aulas – o que se configura um nítido processo de ausência de preocupação com a qualidade do ensino. Outro grave problema é a total despreocupação com a produção do conhecimento numa perspectiva cultural que esteja relacionada aos valores, hábitos e ao comportamento do povo brasileiro, sendo a educação uma ferramenta estratégica na formação da mentalidade de um povo.

Além disso, foi enfatizada a necessidade de dedicar uma maior centralidade na pauta da Assistência Estudantil – e este foi o debate central da reunião. Foram pontuadas diversas realidades vividas pelos estudantes em todos os espaços universitários, entre faculdades privadas, universidades federais e estaduais. Nestas, o desafio é ainda maior, tendo em vista a realidade em que se encontram.

A responsabilidade pela manutenção do estudante de baixa renda na Universidade também pertence ao poder público. Afinal de contas, a falta de condições para arcar com as numerosas despesas geradas pela vida acadêmica é uma das principais causas de evasão nas Universidades baianas.

Por conta disso, entendemos a importância da construção de um Plano Estadual de Assistência Estudantil com rubrica específica, tendo em vista que esse é um dos principais pontos fracos de nosso sistema de educação superior.

A maioria dos Campus das Estaduais, localizados em municípios do interior, por exemplo, sequer contam com residências estudantis ou restaurante universitário. Por isso, entendemos que todas as Universidades devem garantir a residência aos que dela precisam e que todos os Campus com mais de 200 estudantes ou localizados distantes de grandes centros devem ter restaurante universitário com preços populares. Essas medidas tornam-se ainda mais completas com a ampliação das bolsas permanência, destinadas aos estudantes de baixa renda e que garantem uma complementação à sua renda familiar.

Em seu último Congresso, a UEB aprovou a prioridade no acompanhamento e no trato mais cotidiano com as universidades estaduais. Nelas, as dificuldades cotidianas dos estudantes são mais acentuadas do que nas federais. Um exemplo nítido desta disparidade é o orçamento destas instituições, onde os valores das quatro Universidades Estaduais, somados, não atingem o orçamento da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além disso, os investimentos em pesquisa e extensão também estão muito distantes do necessário.

Esta realidade não é nova. Apesar dos esforços do governo do Estado entre os anos de 2007 e 2010 em ampliar os investimentos nessas instituições – que vivem sempre à míngua de recursos – uma preocupação mais estratégica não foi apontada. Falta identificar qual o papel que essas universidades devem e podem cumprir, num cenário de mudanças estruturais no Estado da Bahia. Não foi apresentado nenhum projeto, que aponte uma perspectiva mais ampla em relação a este desafio, colocando-as em sintonia com um projeto de desenvolvimento para a Bahia, que seja capaz de ocupar os vazios econômicos regionais, reduzindo as disparidades que marcam o Estado.

Como se não bastasse, foi anunciado através do decreto nº 12.583/11 e da portaria 001 de 22 de fevereiro de 2011, por parte do executivo estadual, um corte nos gastos das universidades estaduais baianas, envolvendo serviços e contratos, a exemplo do que fez o Governo de Dilma, que cortou 10% das verbas de custeio das universidades federais, no bojo dos cortes orçamentários já no início do seu mandato. Isso, por si só, já aponta para o movimento estudantil a necessidade de “subir o tom” nas críticas e mobilizações contra essas medidas e contra a ortodoxia econômica que voltou a orientar as decisões do governo. Seguimos na luta em defesa de 10% do PIB e 50% das verbas do fundo social do Pré-Sal, para a educação.

Ao final da reunião, foi aprovado um calendário de atividades e lutas até o CONEG da União Nacional dos Estudantes. A UEB reafirmou a convocação da Jornada de Lutas das entidades estudantis, com mobilizações em universidades e ruas de Salvador e do interior do Estado da Bahia, a exemplo da UESC, em Itabuna, UNIME, em Lauro de Freitas, UniVasf, em Juazeiro, dentre outras regiões. Também foi convocada pela Diretoria a realização do Conselho Estadual de Entidades Gerais da UEB – reunindo os DCE’s e Federações Estaduais de Curso de todo o Estado – a ser realizado no dia 07 de Abril, tendo como pauta principal o Plano Nacional de Educação – contribuindo com o debate a ser realizado pelo CONEG da UNE, a partir do dia 08 do mesmo mês. Além disso, o COEEG tem a responsabilidade de convocar o próximo Congresso da União dos Estudantes da Bahia – 4º congresso pós-reconstrução – que renovará sua Diretoria e apresentará novos desafios aos estudantes baianos.

Foi num clima de muita unidade política e maturidade nas idéias que se realizou a Reunião da Diretoria Plena da União dos Estudantes da Bahia. Desse espaço saíram militantes dispostos a se engajarem nas importantes disputas em defesa da educação de qualidade no Estado da Bahia e na linha de frente em defesa dos interesses dos estudantes baianos!


Calendário:
- Dia 21/03 – Dia Nacional de Ocupação das Universidades
- Dia 22/03 – Passeata da Jornada de Lutas (adiado para o dia 25/03)
- Dia 23/03 – Audiência Pública da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa: Discussão do corte de gastos nas universidades
- Dia 25/03 – Calourada da UFBA – Tenda das entidades
- Dia 28/03 – Jornada de Lutas em Lauro de Freitas (UNIME)
- Dia 29/03 – Jornada de Lutas da UESC – Ilhéus
- Dia 30/03 – Ocupação da Secretaria da Educação (Universidades Estaduais)
- Dia 07/03 – Conselho Estadual de Entidades Gerais da UEB (COEEG da UEB) – Podendo ser adiado ou atrasado 24h por parte da Mesa Diretora da entidade (Presidente, Vice-Presidente, Secretária-Geral, Tesouraria-Geral, 1ª Tesouraria)
- Dia 08/03 à 10/03 – CONEG da UNE

Salvador, 20 de Março de 2011

Diretoria Plena da UEB

terça-feira, 22 de março de 2011

Conselho de Entidades de Base







O Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal da Bahia convoca os Centros e Diretórios Acadêmicos para o seu Conselho de Entidades de Base, que será realizado no dia 24 de Março de 2011, quinta-feira, às 17h, na sede do DCE-UFBA no bairro da Federação, em frente à Faculdade de Arquitetura - com a seguinte pauta:

1. Informes;
2. Conjuntura;
3. Conselhos Acadêmicos;
4. Campi do interior;
5. Assistência Estudantil;
6. Agenda do Movimento;
7. O que ocorrer.

Reforçamos que a presença de todas e todos é fundamental para construirmos um movimento estudantil forte e representativo!

Contamos com todos os CA’s e DA’s e estudantes interessados.



FONTE: DCE UFBA

segunda-feira, 21 de março de 2011

Desprovinciar a universidade.

Abrir as mentes é essencial para mostrar o que se produz no meio acadêmico brasileiro e permitir a atualização de nossos cientistas.




Os rankings têm seu sentido como indicadores comparativos de desempenho entre universidades e entre países, apesar da crítica fundamentada às limitações desse recurso para definir o que seja uma boa universidade. Há padrões s diferentes de produção científica nas ciências exatas, nas biológicas e nas humanas, o que torna complexo estabelecer índices comparáveis. As condições materiais de trabalho e a cultura local tendem a complicar a comparação. Um pesquisador de Cambridge ou de Harvard tem a sua disposição, nas respectivas bibliotecas, o que há de mais significativo da produção científica mundial. Um pesquisador brasileiro está muito longe de ter essas facilidades. Na área de ciências humanas, é ele basicamente dependente de sua biblioteca pessoal.

A indexação do Times Higher Education (THE), sempre muito citada, mede preferentemente reputação e as condições para tê-la. Já o índice chinês, que leva em conta prêmios de titulares e de ex-alunos, tendo como referência básica o Prêmio Nobel, os altos índices de citação de trabalhos de seus membros e também a docência em tempo integral, mede indicadores de competência nos resultados obtidos.

O Brasil só aparece significativamente no índice chinês. Se compararmos as posições dos países emergentes do Bric, veremos curiosos desencontros. O Brasil tem seis universidades na lista (USP, Unicamp, UFRJ, UFRGS, UFMG e Unesp), Rússia e Índia têm apenas duas e a China, 22. Desses países, o Brasil é o único que nunca ganhou um Prêmio Nobel (a Argentina tem cinco), mesmo nos campos que não dependem de qualificação acadêmica, como o da Paz e o de Literatura. A Rússia tem 41 Prêmios Nobel, a Índia, 8, e a China, 2. A falta de prêmios dessa ordem empurra o Brasil para posições inferiores nas listagens internacionais.

A revista Pesquisa Fapesp, em seu número de março, dá uma pista para compreendermos nossa situação adversa: menciona o Ranking Leiden, da Holanda, que mede o volume de publicações das universidades e seu impacto. Cinco universidades brasileiras dele constam. A USP está em 15º lugar no volume de publicações, mas pelo impacto dessas publicações está em 452º. Hoje, a língua da ciência é a língua inglesa, o que nos desfavorece, pois nossa produção científica é majoritariamente publicada em português.

Há o mesmo problema nos índices de citação, que registram quem, em qual artigo científico, citou determinado livro ou artigo de determinado autor. São os Science Citation Indexes. São pouquíssimas as publicações em outras línguas que não a inglesa ali indexadas. Essas citações têm grande impacto nos dois rankings, embora praticamente não contenham as citações em artigos publicados em português, espanhol e mesmo francês. O que vale é sobretudo citação em publicações americanas, o que é pouco e irreal.

Os esforços de internacionalização da ciência brasileira têm sido significativos. Diferentes universidades empenham-se nesse sentido, atraindo pesquisadores e professores visitantes ou estimulando pesquisadores e estudantes de pós-graduação a uma temporada de sua formação em universidade estrangeira de renome. A Fapesp tem um ponderável envolvimento nessa proposta, seja mediante a concessão de bolsas ou de auxílios para participação em congressos, seja através de acordos bilaterais com instituições estrangeiras para troca de pesquisadores e experiências. Um grande empenho em desprovinciar as mentalidades é essencial para abrir canais de atualização permanente de nossos cientistas, dar visibilidade ao conhecimento que se produz nas universidades brasileiras e tornar devidamente influente nossa ciência.

Nesse capítulo, um aspecto essencial é o acesso à bibliografia internacional e, portanto, à atualidade do conhecimento em seus diferentes campos. Em áreas como as ciências humanas, nossas bibliotecas universitárias estão largamente desatualizadas, mesmo com o recurso das publicações eletrônicas, que, tanto quanto os livros e revistas, é preciso comprar e pagar. Os danos para a pesquisa científica são muitos, a menos que o pesquisador saia do País, ainda que por curto tempo, e levante o material bibliográfico em bibliotecas das grandes instituições científicas de outros países. Na realização de uma pesquisa sobre linchamentos no Brasil, encontrei aqui apenas cerca de 10% da literatura comparativa que acabaria reunindo. Se não tivesse trabalhado em bibliotecas de universidades estrangeiras, a análise seria desenvolvida basicamente por referência a ideias ultrapassadas.

JOSÉ DE SOUZA MARTINS É PROFESSOR EMÉRITO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO E AUTOR DE A SOCIABILIDADE DO HOMEM SIMPLES (CONTEXTO).

Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,desprovinciar-a-universidade,694272,0.htm

DCE UFBA faz visita ao campus da UFBA em Vitória da Conquista e participa de abertura das aulas e posse do novo Diretor do IMS.








Tâmara Terso, coordenadora geral do DCE UFBA, esteve no campus da UFBA em Vitória da Conquista dia 17/07, onde participou da abertura das aulas e da posse do novo diretor do IMS - Instituto Multidisciplinar em Saúde, Orlando Neves.

O IMS sendo um instituto relativamente novo, pela primeira vez tem sua direção escolhida nas urnas democraticamente, e os/as estudantes da UFBA de Conquista celebraram este dia.

Orlando, que é professor do IMS e veio de Pernambuco, em seu discurso de posse prometeu levar à diante o projeto de interiorização da UFBA, pois reconhece que ainda a muito que fazer para que o campus tenha uma estrutura digna de trabalho e estudos. Ele também ressaltou que não vai abandonar os planos da Universidade do Sudoeste e que seu objetivo é que “Conquista sedie esta proposta”.

Além de participar da posse do novo diretor e da aula magna com o Pró-reitor de Ensino de Pós-Graduação, Robert Evan Verhine, a Coordenadora Geral do DCE fez a entrega da segunda edição de O Catatau, jornal da entidade, e realizou reunião com os DA’s do IMS.

Apesar dos/das estudantes estarem satisfeitos com a eleição da nova direção do instituto, ainda existem muitos problemas a serem solucionados, problemas que vão desde a estrutura e financiamento das atividades dos DA’s, até a falta de assistência estudantil, transporte para as aulas de campo e falta de professores para dar aulas e desenvolverem pesquisas e extensões. Os DA’s não tem salas com a mínima estrutura de computadores e armários, falta área de convivência no campi, pavimentação (o que torna a segurança dos funcionários e alunos pequena) e professores que desenvolvam pesquisa e extensão. Os estudantes de biologia também denunciaram que estão pagando pelas aulas de campo o que inviabiliza totalmente os estudos de muitos e muitas que não tem como manter estas despesas.

As representações dos cursos de Ciências Biológicas, Nutrição, Farmácia, Biotecnologia, Enfermagem e Psicologia se queixaram da falta de prioridade do movimento estudantil com os campi do interior e reivindicam mais compromisso da entidade DCE com Vitória da Conquista e Barreiras, em contra partida Tâmara Terso se comprometeu com as representações em voltar ao campus em abril, após o CONEG da UNE, impulsionando um Seminário de Formação e os Pré-encontros do EME e do ENUNE da UNE, que aconteceram nos meses de Abril e Maio na UFBA de Salvador.

Após a visita ao campus da UFBA Vitória da Conquista fica o compromisso da gestão do DCE UFBA – Primavera nos Dentes – em impulsionar a representação estudantil no interior do estado. Tanto em Vitória da Conquista, quanto em Barreiras, às dificuldades de estrutura e mobilização são grandes e só um trabalho unificado fará com que a construção de uma UFBA democrática e popular vire realidade.



Fonte: DCE UFBA.

quarta-feira, 9 de março de 2011

'Salário de docente não é compatível', diz presidente da Andifes

Reitor da UFG, Edward Madureira Brasil adverte que cortes nas gratificações podem levar à perda de professores nas universidades federais.

Lisandra Paraguassu - O Estado de S. Paulo.

O Ministério do Planejamento quer reaver das universidades federais R$ 300 milhões que, alega o Tesouro, foram pagos irregularmente a professores e servidores técnico-administrativos. A maior parte das irregularidades está sendo discutida na Justiça - são ganhos de planos econômicos antigos, funções gratificadas e horas extras incorporadas aos salários que agora o Planejamento questiona.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil, reitor da Federal de Goiás, diz que as instituições não têm nenhum controle sobre suas folhas de pagamento, mas adverte que possíveis cortes podem até mesmo levar à perda de profissionais. "É um problema sério, uma coisa que nos preocupa", disse ao Estado. A seguir, os principais trechos da entrevista.

A Andifes tinha conhecimento dessa informação de que haveria irregularidades em torno de R$ 300 milhões nas folhas de pagamento das universidades?

Em nenhum momento isso foi colocado. Tivemos auditorias nas universidades, mas isso é rotina do Planejamento. Na minha instituição, por exemplo, teve auditoria sobre a incorporação das funções gratificadas, mas o Planejamento indicou que não modificássemos nada e aguardássemos em março uma posição do ministério.

Como fica a situação da Andifes e dos reitores com o governo, que pretende suspender esses pagamentos que considera irregulares, e os professores, beneficiários disso?

A universidade não tem nenhum tipo de ingerência nem sobre a folha de pagamento nem sobre as questões jurídicas. A defesa é feita diretamente pela Advocacia-Geral da União. E não temos nenhum nível de autonomia na folha de pagamento. Como vamos mediar isso? O nosso poder de mediação é um poder político. Poder de autonomia sobre essas coisas nós não temos nenhum.

Há casos em que incorporações podem representar mais de 20% do salário de um professor, não?


Claro que com ganhos históricos incorporados, como o caso da Universidade de Brasília (UnB), uma possível redução salarial é um transtorno. Faz parte da vida das pessoas. O salário dos professores é abaixo do que seria compatível com o nível exigência que temos. É um problema sério, certamente numa situação dessas corremos o risco de perder quadros. É uma coisa que nos preocupa.

Essas decisões jurídicas e as incorporações não criam enormes diferenças entre professores que deveriam estar no mesmo nível?

Já existem diferenças salariais. Os ganhos judiciais se aplicam aos professores que ganharam isso na Justiça, talvez tirando o caso da UnB. Essa decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) com relação ao caso UnB terá repercussão no sistema, imagino, dependendo de como as coisas forem feitas. Para mim, uma carreira precisa partir de um princípio de isonomia, no qual todos têm a mesma atribuição. Hoje, com todas as amarras na legislação, não vamos ter grandes diferenças daqui para frente, mas vamos conviver com as diferenças do passado ainda por algum tempo.

QUEM É

Engenheiro agrônomo especializado em fitotecnia, professor e atual reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG). Desde o ano passado, é presidente da associação dos dirigentes das universidades federais (Andifes).


Fonte: O Estadão.

terça-feira, 8 de março de 2011

Um chamado às mulheres estudantes Baianas.





O ano começa com grandes desafios para as mulheres baianas e brasileiras, como não era de ser diferente. Na agenda nacional temos grandes batalhas no âmbito da consolidação da Lei Maria da Penha, pelo fim da violência contra a mulher e na retomada do debate sobre a reforma política, promessa da nova gestão presidencial e pauta prioritária para as mulheres do país que buscam a partir da reforma uma democratização dos espaços políticos. Outras bandeiras também aparecem em nossa agenda, como o combate à mercantilização do corpo das mulheres, a legalização do aborto e a priorização da saúde da mulher em especial da mulher negra e no mundo do trabalho com as campanhas salariais com recorte de gênero que visam melhores empregos e salários, entre outras.

Faço um apanhado, ainda que parco, dos nossos desafios nesse próximo período porque vejo nesse bojo um ambiente de lutas e conquistas muito promissor. O avanço de termos mulheres ocupando espaços de poder como a presidência da republica (ainda que façamos a reflexão de que tenha demorado muito para isso acontecer), é um passo importante, mas ainda não é tudo. Por isso precisamos de mobilizações de todas as formas e com o objetivo de colocar a luta das mulheres mais uma vez na pauta do dia, passando de jargão para a organização real.

Quero fazer um chamado para as mobilizações em várias frentes, aproveitando o Dia Internacional das Mulheres, pois já no início do Sec. XX companheiras como nós exemplificavam que a luta casada, a solidariedade feminista e as diversas frentes de combate ao machismo somavam à luta setorial, regional, nacional e internacional das mulheres, ainda que estas sejam diferentes, por que ser diferente é natural.

Nessa reflexão chamo a atenção das mulheres estudantes para uma mobilização em especial, a construção do 4° EME da UNE. É companheiras! O nosso estado será sede do 4° Encontro de Mulheres Estudantes da UNE e teremos um papel estratégico de fazer o debate em torno da descolonização do conhecimento, da visibilidade das mulheres nos espaços de poder, do debate das mulheres negras (grande parte na nossa população que infelizmente passam despercebidas pelas políticas publicas estaduais e nacionais), tudo isso com o recorte da educação.

As mulheres estudantes que por muitas vezes ficaram em cargos de organização ou até mesmo em espaços desprivilegiados nas universidades e no movimento estudantil serão protagonistas deste evento, construindo num espaço de auto-organização políticas para a educação, para a universidade e para o ME em geral, colocando sua marca na construção do presente deste país.

Entre os dias 21 e 24 de Abril de 2011 estaremos reunidas e Salvador-BA, capital da resistência negra para “abrir alas” às mulheres estudantes do Brasil, no intuito de mudar o mundo, mudando a vida das mulheres.


Tâmara Terso.
Diretora de Mulheres da UEB
Coordenadora Geral do DCE UFBA.

quinta-feira, 3 de março de 2011

Resolução sobre Educação aprovada no 13° CONEB da UNE "O novo PNE – mais ousadia para educação superior"









O Plano Nacional de Educação, lançado em dezembro de 2010 a partir dos debates da CONAE,
buscou elencar as diretrizes e metas para a educação até 2020. O PNE será votado no
Congresso Nacional e é tarefa do movimento estudantil, de forma unitária com outros
movimentos educacionais, apresentar emendas e disputar a melhoria do plano.
A UNE tem como marca a defesa da educação publica brasileira. Dedicou grande parte de suas
energias na construção de propostas para transformar a universidade brasileira e colocá-la a
serviço de toda sociedade. Em especial no último período, investiu decisivamente na
construção do seu Projeto de Universidade aprovado no 12º Coneb de Salvador e participou de
forma protagonista na organização e na aprovação de resoluções vitoriosas da Conferência
Nacional de educação. Tais ações impõem à entidade a tarefa de participar e propor avanços
na discussão do PNE e das metas do estado brasileiro nos próximos 10 anos.
Algumas características mais gerais de plano precisam ser compreendidas antes de apontar
perspectivas para o ensino superior. O novo PNE aponta uma prioridade de esforços para a
educação básica em todos os níveis. Desta maneira, induz todo o sistema educacional,
incluindo as universidades, para o desafio de qualificar e atuar para a melhoria da educação
básica pública no país. Desta maneira, a referência ao ensino superior tem recorte claro na
necessidade de se qualificar e fortalecer os cursos de licenciatura como forma de qualificar o
corpo docente de toda a rede.
Segunda característica é a valorização da relação educação e mundo do trabalho, ou seja,
educação entrelaçada com o projeto de desenvolvimento econômico-social do país. Essa
diretriz deve ter consequência desde a reformulação do ensino médio, de forma a torná-lo
mais atrativo e funcional para a juventude, até a garantia da permanência da juventude nesta
modalidade de ensino, diminuindo as altas taxas de evasão existentes hoje e impedindo a
entrada precoce e precária da juventude no mundo do trabalho.
Por fim, suas metas apontam no sentido da ampliação do acesso a educação pública com
qualidade em todos os níveis. A busca da qualidade da educação, através da valorização dos
profissionais da educação e do fortalecimento de mecanismos como o SINAES, e as metas de
ampliação do acesso a educação, como universalização do ensino médio e a meta de se
incorporar 33% da juventude de 18 a 24 no ensino superior e a valorização da carreira do
magistério, são sinalizações fundamentais para os desafios brasileiros.
Esse breve balanço deve servir para posicionar melhor nossas contribuições ao PNE.
Acreditamos que o fato do plano estar, corretamente, voltado para a melhoria da educação
básica no Brasil, reforça a importância de que não descuidemos dos outros níveis da educação.
As metas referentes ao ensino superior, embora algumas ousadas, apresentam pouca
definição sobre as estratégias para implementá-las. Nesse sentido, entendemos que a
Universidade cumpre papel fundamental na articulação do Sistema Nacional de Educação,
inclusive, desempenhando a importante tarefa de formação de professores.
No caso do ensino pago, precisamos lutar pela incorporação de mais elementos que sinalizem
no sentido da regulação e do controle da qualidade. Hoje 74,9% das matrículas se encontram
no setor privado da educação. São milhares de estudantes convivendo, na maioria das universidades, com ensino de baixa qualidade, sem garantia de políticas de pesquisa e
extensão, abusos e desrespeitos constantes, como no caso dos aumentos descontrolados das
mensalidades. Regulamentar e colocar sobre a égide do estado tal setor do ensino superior,
tendo como objetivo fundamental a reversão da discrepância das matrículas com o setor
público é tarefa importante colocada ao próximo Plano Nacional de Educação.
Fato bastante negativo e que será alvo principal da disputa que o movimento estudantil
deverá travar é a questão do financiamento. O PNE propõe 7% do PIB para a educação como
meta, quando a bandeira histórica de todo o movimento educacional é de progressivamente
atingir o investimento de 10%. Os 50% do Fundo Social do Pré-Sal aplicados na educação,
vetados recentemente, seriam um importante passo no alcance do patamar de 10% do PIB.
Defenderemos a reincorporação dessa bandeira no plano. Assim, iremos as ruas nos dias 21 a
25 de março de 2011 em uma grande Jornada de Lutas Nacional capaz de unir alunos,
professores e movimentos sociais em defesa de uma educação à altura das necessidades deste
novo Brasil que tenha como centro a bandeira de 10% do PIB para a Educação e 50% do Pré-
Sal para a Educação.
Assim defendemos:
 Ampliar progressivamente o investimento público em educação, iniciando com a
aplicação de 7% PIB de forma imediata e 10% do PIB até 2014;
 Destinar 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação;
 Plano de ampliação das públicas, com metas permanentes de ampliação de 5 em 5
anos contribuindo para a meta de chegar em 2020, com 40% dos jovens de 18 a 24
anos no ensino superior, sendo 60% da oferta de vaga nas instituições públicas como
aprovado na resolução da CONAE;
 Destinar 1,5% do orçamento global do MEC para o Plano Nacional de Assistência
Estudantil, além de assegurar 14% dos orçamentos de cada universidade pública para
a rubrica de Assistência Estudantil;
 Constituir de um fundo garantidor do FIES de forma a dispensar progressivamente a
exigência de fiador até 2014;
 Adotar políticas afirmativas, na forma de lei, como o PL 73/99 da Reserva de Vagas
para estudantes de escolas públicas;
 Aprimorar o ENEM em constante diálogo com universidades, entidades do movimento
educacional e governo;
 Garantir que o ensino médio neste novo PNE seja para o aprofundamento da
qualidade da educação, focada na formação emancipatória e cidadã, garantindo da
ponte entre educação médio-superior;
 Ampliar a oferta de vagas em programas de pesquisa e extensão na graduação;
fortalecendo o laço indissociável entre ensino, pesquisa e extensão;
 Proibir a circulação do capital estrangeiro nas universidades como forma de garantir
qualidade e soberania sobre a educação brasileira;
 Estabelecer piso de 1/3 do corpo docente funcione em regime de dedicação exclusiva,
com 40 horas semanais como forma de assegurar a qualidade;
 Ampliar pós-graduação stricto sensu;
 Estabelecer regime de colaboração para o ensino superior entre União, Estados e
municípios para formação de professores. Ampliar esta parceria para outras esferas,
possibilitando investimentos federais nas universidades estaduais que constituem
grande número pelo país; Promover expansão e reestruturação das universidades estaduais, a partir de
complementação orçamentária do governo federal, de maneira a garantir a possibilitar
a formação de profissionais, não somente nas licenciaturas, mas em todas as áreas do
conhecimento, por todo território brasileiro;
 Garantir a democratização da universidade brasileira, aprovando a composição
paritária dos espaços de decisão das instituições, como os conselhos universitários, e a
eleição direta para Reitor tanto no setor público como no privado;
 Aprovar a obrigatoriedade de fato do ensino médio brasileiro, corrigindo a defasagem
serie-idade, e combatendo a evasão escolar com políticas de assistência estudantil e
com a ampliação de programas como Bolsa Família, Projovem, transporte e merenda
escolar aos estudantes desta modalidade de ensino;
 Promover a universalização da educação infantil de 0 a 3 anos na modalidade integral,
extinguindo progressivamente o atendimento por meio de instituições conveniadas e
garantindo aporte federal para ampliação e reforma de escolas e custeio com pessoal,
assegurando seu atendimento por profissionais com nível superior e garantia de
formação continuada;

Fonte: Site da UNE.