segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Maioria dos jovens analfabetos são negros


Publicado em 04.12.2009

BRASÍLIA – O índice de analfabetismo entre jovens negros é duas vezes maior que entre brancos, segundo um levantamento divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Contudo, a distância entre os dois grupos encurtou nos últimos 10 anos: em 1998, o analfabetismo entre jovens negros era quase três vezes maior que entre os brancos.

No ensino médio, o número de jovens brancos que frequenta a escola é 44,5% maior em comparação ao de negros. Já no ensino superior, a frequência é cerca de três vezes maior entre os brancos.

O estudo do Ipea destaca, no entanto, que houve significativa melhora no nível de adequação educacional entre os jovens negros nos últimos anos. Enquanto se observou entre os brancos certa estagnação, entre os negros a melhoria na frequência ao ensino médio é bastante significativa: em 10 anos, quase duplicou.

No que diz respeito à renda, a disparidade é alarmante. De 2004 a 2008, a diferença entre as rendas médias dos negros e dos brancos no Brasil aumentou R$ 52,92. O estudo também revela que a renda média dos brancos aumentou 2,15 vezes no período, enquanto a dos negros teve aumento de apenas 1,99 vez.

O levantamento do Ipea foi feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consideram-se jovens aqueles entre 15 e 29 anos, uma população que soma hoje 49,7 milhões de pessoas, cerca de 26,2% da população brasileira.

ESCOLARIDADE

O estudo do Ipea também destaca que a situação educacional de brasileiros com idades entre 15 e 29 anos mostra avanços. De acordo com a pesquisa, os jovens, atualmente, conseguem passar mais tempo em sala de aula e ter maior escolaridade do que os adultos.

Em 1998, a média de anos de estudo entre pessoas de 15 a 24 anos era 6,8. No ano passado, a média era de 8,7 anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos. Já no grupo de 25 a 29 anos, a média chegou a 9,2 – 3,2 anos de estudo a mais do que entre a população acima dos 40 anos.

Fonte: http://www.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=12955

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