quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Ato contra o racismo na UFBa

Na quinta-feira 16, em torno de 30 militantes do movimento negro e estudantil fizeram um ato em frente à Faculdade de Economia da UFBa em repúdio ao ato de racismo do professor Luiz Filgueiras. Munidos com cartazes, apitos e o desenho de o desenho de um “alvo” colado na camisa, que avisava que “o próximo [alvo do racismo] pode ser você”.

Há duas semanas, o professor Luiz Filgueiras afirmou a um aluno negro e cotista que “no mercado de trabalho, não tem cotas”. Após denúncia pública, o professor respondeu em tom intimidativo, afirmando que, se for acusado de racismo, “responderá nos canais competentes da Universidade e do poder judiciário”. Diante disso, as organizações do movimento negro decidiram assumir a responsabilidade de cobrar posicionamento da universidade. “Para prejudicar um aluno, terão de enfrentar o movimento negro”, afirma Walter Altino, do Atitude Quilmbola. Os manifestantes distribuíram a moção de repúdio para estudantes e pessoas que passavam e, antes do fim do ato, fizeram apitaço pelos corredores dos 5 andares do prédio.

“Vamos mobilizar agentes do movimento negro, estudantil, LGBT e demais movimentos sociais para exigir a retratação do professor Luiz Filgueiras e uma tomada de atitude da Universidade Federal da Bahia para apuração deste e dos demais casos de racismo no interior dela”, afirma a moção assinada pela Rede Afro LGBT. “E, a partir dessa mobilização, queremos (re)incluir as políticas de ação afirmativa na agenda da UFBa e de toda sociedade. É fundamental garantir a permanência das cotas e dos estudantes que romperam os muros do branqueamento da universidade através dela”, conclui.

Reunidos em frente à faculdade após o ato, representantes das organizações presentes definiram os próximos passos da mobilização. Por proposição do DCE da UFBa, as entidades assinarão um termo a ser entregue à direção da universidade na próximas semanas. Estiveram no ato representantes da Rede Afro LGBT, DCE-UFBA, Atitude Quilombola, Disque-Racismo, CEN e Pro Homo, além de militantes independentes.

Representantes da CONEN e da Unegro prestaram solidariedade e se comprometeram a somar nas iniciativas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário