terça-feira, 8 de março de 2011

Um chamado às mulheres estudantes Baianas.





O ano começa com grandes desafios para as mulheres baianas e brasileiras, como não era de ser diferente. Na agenda nacional temos grandes batalhas no âmbito da consolidação da Lei Maria da Penha, pelo fim da violência contra a mulher e na retomada do debate sobre a reforma política, promessa da nova gestão presidencial e pauta prioritária para as mulheres do país que buscam a partir da reforma uma democratização dos espaços políticos. Outras bandeiras também aparecem em nossa agenda, como o combate à mercantilização do corpo das mulheres, a legalização do aborto e a priorização da saúde da mulher em especial da mulher negra e no mundo do trabalho com as campanhas salariais com recorte de gênero que visam melhores empregos e salários, entre outras.

Faço um apanhado, ainda que parco, dos nossos desafios nesse próximo período porque vejo nesse bojo um ambiente de lutas e conquistas muito promissor. O avanço de termos mulheres ocupando espaços de poder como a presidência da republica (ainda que façamos a reflexão de que tenha demorado muito para isso acontecer), é um passo importante, mas ainda não é tudo. Por isso precisamos de mobilizações de todas as formas e com o objetivo de colocar a luta das mulheres mais uma vez na pauta do dia, passando de jargão para a organização real.

Quero fazer um chamado para as mobilizações em várias frentes, aproveitando o Dia Internacional das Mulheres, pois já no início do Sec. XX companheiras como nós exemplificavam que a luta casada, a solidariedade feminista e as diversas frentes de combate ao machismo somavam à luta setorial, regional, nacional e internacional das mulheres, ainda que estas sejam diferentes, por que ser diferente é natural.

Nessa reflexão chamo a atenção das mulheres estudantes para uma mobilização em especial, a construção do 4° EME da UNE. É companheiras! O nosso estado será sede do 4° Encontro de Mulheres Estudantes da UNE e teremos um papel estratégico de fazer o debate em torno da descolonização do conhecimento, da visibilidade das mulheres nos espaços de poder, do debate das mulheres negras (grande parte na nossa população que infelizmente passam despercebidas pelas políticas publicas estaduais e nacionais), tudo isso com o recorte da educação.

As mulheres estudantes que por muitas vezes ficaram em cargos de organização ou até mesmo em espaços desprivilegiados nas universidades e no movimento estudantil serão protagonistas deste evento, construindo num espaço de auto-organização políticas para a educação, para a universidade e para o ME em geral, colocando sua marca na construção do presente deste país.

Entre os dias 21 e 24 de Abril de 2011 estaremos reunidas e Salvador-BA, capital da resistência negra para “abrir alas” às mulheres estudantes do Brasil, no intuito de mudar o mundo, mudando a vida das mulheres.


Tâmara Terso.
Diretora de Mulheres da UEB
Coordenadora Geral do DCE UFBA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário