segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ousar ser Diferente em Vitória da Conquista!

Na última sexta-feira o coletivo Ousar ser Diferente, com o DCE da UESB/ Jequié, a UNE e estudantes da UESC participaram do debate na UESB/ Vitória da Conquista sobre aprovação do Sistema de Seleção Unificada (SISU) para o processo seletivo de 2012. O Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (CONSEPE) debateu sobre a adesão ou não do SISU, que permitirá que a partir de 2012.2 parte dos estudantes da UESB ingressem através das notas do ENEM.

Estudantes dos três campus da UESB estiveram presentes e engrossaram a mobilização com uma opinião unificada, apesar de muitas ponderações. Na opinião do DCE de Conquista e Jequié o SISU naquele momento não poderia ser aprovado porque a discussão sobre o tema não tinha sido ampliada para toda a universidade, portanto o pedido era de mais debate para aprovação consciente.

Outro tema que também envolvia a aprovação do SISU era a verba que viria junto com o sistema, destinada especificamente para o fortalecimento das políticas de permanência dos/as estudantes. Cerca de R$ 1.950.000,00 seria investido no PNAEST – Programa Nacional de Assistência Estudantil para Instituições de Educação Superior Pública Estadual. Na opinião da reitoria e da maioria dos colegiados e departamentos presentes a verba que a UESB teria a partir do SISU tiraria a universidade do “vermelho”, já prevendo que essa verba poderia ser alocada para outros setores, o que do ponto de vista dos/as estudantes é completamente errada sendo esta verba apenas destinada à permanência estudantil.

No fim do CONSEPE a proposta de adesão ao SISU foi aprovada por ampla maioria, estipulando um percentual de 50% do ingresso pelo sistema já em 2012.2. Após a aprovação os estudantes reivindicaram a criação de um Orçamento Universitário Participativo para gerir a verba do SISU e evitar que o dinheiro seja gasto em outras áreas menos prioritárias.

Na opinião do Ousar o SISU avança no sentido de ser uma janela para a construção de novos métodos de avaliação e para o tão sonhado fim do vestibular. Um outro avanço é a estrutura da prova que com o ENEM se torna mais democrática e de fácil acesso aos estudantes oriundos de escolas públicas e de baixa renda. Não perdemos de vista as falhas apresentadas nos últimos anos pelo ENEM, porém achamos hoje ser essa à única alternativa aos vestibulares tradicionais e excludentes.

Um outro olhar sobre o SISU é sobre a disputa da concepção de Educação e Universidade. Com a democratização do acesso entendemos ser fundamental a reestruturação dos currículos, a criação de linhas de pesquisa e extensão críticas e comprometidas com a sociedade, comunidades e movimentos sociais. Combater uma educação colonizada é tarefa de uma expansão e reestruturação de qualidade e o movimento estudantil precisa urgentemente se apropriar desta pauta.



Outras Agendas...


Ainda na sexta o coletivo Ousar ser Diferente se reuniu com militantes da UESB, UESC e UFBA/ Conquista para fechar a data do 1° Encontro Estadual do Ousar Ser Diferente e traçar estratégias para o Fórum de Discentes das Universidades Estaduais que se iniciava aquela noite na UESB. O encontro foi fechado nos dias 01 e 02 de Outubro em Salvador e terá como tema a organização do coletivo estadual frente aos desafios da nova conjuntura das universidades federais e estaduais. Temas como o financiamento público da educação, política de extensão e disputa do conteúdo educacional estão na programação, assim como nossa organização na atual gestão da UNE e da UEB.



Fonte: Ousar ser Diferente.

Carta aberta de fundação do Coletivo 13 de maio

“Novos tempos, novos rumos, novos e bons ventos de luta se apresentam!”


O movimento social é a forma dos diversos segmentos da sociedade civil se organizar para lutarem por suas demandas. Destaca-se como um dos braços mais importantes dos movimentos sociais brasileiros o movimento estudantil, que protagonizou diversos momentos históricos, a exemplo da luta pela criação da Petrobras e pela redemocratização do nosso país.
Tendo em vista essa responsabilidade histórica, surge na UESC um coletivo – que tem a intenção de unir não só os estudantes, mas também os técnicos e docentes – com intuito de debater de forma aberta e democrática os rumos e as intervenções na sociedade, a partir da nossa universidade, fazendo com que a UESC se torne de fato um instrumento de transformação da realidade regional.

Nosso pensamento é romper com os muros da academia e consolidar um canal mútuo de construção entre sociedade e universidade. Com base nesse entendimento, podemos estabelecer uma intervenção mais efetiva no contexto local, utilizando de nossos conhecimentos acadêmicos não como “caminho da salvação”, mas que junto com todo acumulo dos diversos movimentos sociais, e a população em geral, possamos fazer virar realidade o sonho de termos uma sociedade justa, igualitária e alicerçada em bases extremamente democráticas.

13 de maio, a importância

“Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem” (Rosa Luxemburgo)
O nome do nosso coletivo não poderia ser outro. A abolição da escravatura, que aconteceu aos 13 dias de maio de 1888, rompeu com as correntes que prendiam o povo que foi arrancado de sua pátria mãe e trazido para o Brasil a força. Foi uma conquista inegável, mas apenas o fim da escravidão institucionalizada não trouxe a justiça social esperada. Outras amarras precisaram ser quebradas.

Até hoje o Estado brasileiro tem essa dívida histórica, mas foi, e é necessário o suor, a boa vontade e o senso de igualdade e justiça social de muita gente para que passos importantes nessa reparação fossem dados. Bons exemplos disso são as políticas de cotas, a lei de combate ao racismo e o Estatuto da Igualdade Racial.

O nome do nosso coletivo foi inspirado nesta data, e também na intenção de quebrar correntes que nos prendem até hoje. As correntes de toda e qualquer discriminação – como a homofóbica, a machista, a racista, a social, a contra deficientes, e todas as outras existentes; quebrar as correntes do autoritarismo nos movimentos sociais, onde grupos, ou vanguardas, sem ouvir ou saber a opinião da maioria, achando serem os detentores do saber e da verdade, ditam o que deve ser seguido pela base; quebrar as correntes do individualismo, que nos prendem em nossos próprios interesses, fazendo com que as pessoas deixem de lado a busca pela resolução de problemas coletivos, se engajando coletivamente; a quebra com o discurso anti-dialético, que defende posições de forma intransigentes, só desejando a alternativa que lhe cabe, e desconsiderando que, de modo dialético, todo embate tem como resultado a síntese de posicionamentos distintos (e como esse embate de posições – esse movimento – é constante, prova que nossas ações estão passiveis a reflexão, ao diálogo com a realidade, e mudança); quebrar com o sectarismo, que acredita ser tão radical, que se isola e acaba não atingindo de forma relevante a raiz do problema - o discurso anti-dialético junto com o sectarismo acabam gerando posicionamentos quase que “messiânicos”, de tão “perfeitos” e “imutáveis” que se consideram, ou seja: pura e simples demarcação política. E nos propomos a discutir tudo isso com muito respeito às opiniões diferentes, porém com a firmeza e seriedade necessárias, buscando sempre a maior coerência possível.

Contudo, só o 13 de maio - com nossa força de vontade, crença que só no engajamento cotidiano poderemos transformar para melhorar a realidade - não trará a resolução de todos os problemas sozinho. Por isso nossa palavra de ordem é construção coletiva, junto com a base. É necessário que mais e mais pessoas venham aderir esse projeto, que ouçamos mais vozes... todas elas!

Não temos “receita de bolo” para resolução de todas as demandas. E se fosse para fazermos proposições nossas, sem ouvir as diferentes partes, os diferentes saberes, não precisava construir esse programa, falando de toda essa coletividade – de nada adiantaria tudo que defendemos aqui até agora. Queremos fazer valer a idéia de que várias cabeças pensam melhor que uma.

É melhor enfrentar os problemas sozinhos, ou organizados, e com muita gente?
Não queremos escolher o caminho a ser trilhado, mas desbravá-lo junto com todas e todos. E, lembrando sempre que a maioria, desorganizada – e oprimida – só interessa a minoria, que está organizada – detém o poder e oprime

13 de maio ocupando espaços

“Também não podemos deixar de achar um absurdo ridículo e pueril as argumentações ultra-sábias, empolgadas e terrivelmente revolucionárias dos esquerdistas alemães a respeito de idéias como: os comunistas não podem nem devem atuar nos sindicatos reacionários; é lícito renunciar a semelhante atividade; é preciso abandonar os sindicatos e criar uma “união operária” novinha em folha e completamente pura, inventada por comunistas muito simpáticos...”

(Citação de Lênin em seu livro, “Esquerdismo, doença infantil do comunismo”, falando sobre militantes comunistas esquerdistas que não queriam disputar espaços que tinham reacionários presentes)

Comungamos com a idéia de João Pedro Stedile, de que para se pensar em socialismo, ou em uma sociedade igualitária, é necessário primeiro ter uma grande militância – base social – , e também realizar a disputa institucional – que não é só a disputa político-eleitoral, mas também a disputa de movimentos sociais em geral (entidades de categorias, associações de bairro, etc). Diante disso, faz-se necessário a disputa de espaços como esses na Universidade - que são os C.A.’s, D.A.’s,DCE, e no caso da UESC, também a AFUSC e a ADUSC - para mostrar a nossa cara, nossas idéias, construir junto com a base, e assumir o compromisso de defender e mobilizar todas e todos não só para questões acadêmicas – que são importantes e irão contribuir para nossa formação enquanto profissional e como cidadãos –, mas também para as diversas questões que assolam a sociedade.

Como é tático a ocupação desses espaços, e as entidades mencionadas anteriormente são locais, não podemos perder de vista âmbitos de representação como o estadual e federal. Compreendemos que por mais que tais entidades passem por problemas, de qualquer natureza, elas são reconhecidas institucionalmente e gozam de espaços de interlocução muito importantes. Não deve ser finalidade de qualquer movimento social a conquista de entidades. Mas sim, conquistar esses espaços como um dos meios para se romper com o status quo – esta sim deve ser nossa finalidade.

A opção por se abster, ou apenas criticar, esses espaços não avança em nada nas bandeiras que defendemos, pelo contrário. O que vai acontecer é que esses espaços serão ocupados por pessoas que farão o que bem entender deles – e com a conivência de quem se ausentou.
Diante disso, fica o chamamento a todas e todos que acreditam em uma sociedade melhor - justa, igualitária, democrática e socialmente referendada - para nos unirmos nessa luta. Enquanto setores que acreditam e brigam por um Brasil, e por um mundo melhor, estão separados e se digladiando, quem defende que tudo permaneça como está acaba passando despercebido. Estamos do mesmo lado de uma mesma trincheira, porém em locais diferentes. Divergências sempre irão existir – dentro de um único grupo, ou em um âmbito geral – , e é salutar que elas existam. Mas temos que pautar o que nos une, e não no que divergimos.

Só assim, fazendo esse diálogo com a realidade, buscando coerência cada vez maior entre teoria e prática, e arregaçando as mangas, que vamos fazer com que nossas pautas avancem.
Saudações de luta!!!

“Carrego pra onde vou
O peso do meu som
Lotando minha bagagem
o Meu maracatu pesa uma tonelada de surdez
E pede passagem” (Meu Maracatu Pesa Uma Tonelada – Nação Zumbi)


Fonte: Leno Miranda, militante do Coletivo Ousar ser Diferente/UESC.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Marcha dos/as estudantes da UFBA defende 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a Educação!












Nesta última segunda-feira, dia 12, os/ as estudantes da UFBA escreveram mais uma página do movimento estudantil baiano, seguindo uma tendência nacional de mobilizações em defesa da educação pública e de qualidade fomos às ruas reivindicar 10% do PIB e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, assim como diversas pautas que atinge diretamente nossa Universidade. Foram mais de 200 estudantes em marcha e o Coletivo Ousar ser Diferente estava lá, fazendo parte desta vitoriosa mobilização.

A UFBA vive um período de expansão e reestruturação que deu início em 2008 e que mudou sua cara. De lá pra cá novos cursos foram implantados, assim como novas modalidades, duplicamos o número de vagas e hoje temos aulas das 07:00 as 22:30hs. O ingresso da classe trabalhadora ao ensino superior e de mais negras e negros através das cotas sócio-raciais é uma realidade, nesse sentido é imprescindível o aumento de mais verbas para a educação e da destinação participativa destes recursos.

Hoje, em 2011, nossa universidade entra na etapa final do projeto de expansão e reestruturação, porém enfrentamos muitas dificuldades na gerencia e nos recursos. Muitas obras estão paradas, há uma precarização visível dos/das trabalhadores/as técnicos e terceirizados, e as políticas de assistência estudantil não acompanham a expansão de vagas. Nos últimos meses enfrentamos mais de 90 dias de greve dos servidores técnico-administrativos, e na última semana dos foi à vez da greve dos/as vigilantes, que agrava ainda mais o nosso velho conhecido problema de segurança.

Os estudantes da UFBA, DCE, UNE e UEB, além dos Fóruns de São Lázaro e Ondina se somaram a partir do dia 12 as mobilizações dos trabalhadores/as da UFBA para reivindicar uma postura urgente da reitoria sobre a situação e crise que vivemos. A partir da nossa mobilização inauguramos um momento de atividades constante que culminará numa grande Assembléia Geral de Estudantes da UFBA dia 22 de Setembro na Reitoria!

Convocamos a todas e todos para participar do nosso calendário de mobilização, pois uma Universidade Democrática e Popular se constrói nas lutas diárias!


Calendário:

Segunda a Quarta-feira – 19/09 a 21/09 – Aulas Públicas organizadas pelos Fóruns dos Campi (São Lázaro, Ondina dia 21, Canela dia 20).

Terça-feira – 20/09 – Conselho de Entidades de Base – com a pauta da mobilização para agregar os demais CAs e as pautas dos diversos campi tiradas nos Fóruns.

Quinta-feira – 22/09 – Assembléia Estudantil da UFBA, na reitoria.


Fonte: Ousar Ser Diferente

sábado, 3 de setembro de 2011

Ousar ser Diferente presente na Marcha dos Estudantes e no Planejamento da Diretoria Plena da UNE em Brasília.







“Estudante em Agosto qual é sua missão? 10% do PIB para Educação”. Com essa palavra de ordem cerca de 12 mil estudantes de todo o Brasil se reuniram na frente do Banco Central em Brasília, no dia 31 de Agosto para realizar aquela que seria uma das maiores Jornada de Lutas em defesa da educação feita pela UNE. A jornada de lutas (também chamada de Marcha dos/as Estudantes) agregou diversos setores do movimento social como o MST, CNTE, FASUBRA, Marcha Mundial das Mulheres, CUT e o coletivo Ousar Ser Diferente, que estavam lá contribuindo na luta pela aprovação de um PNE com a cara do estudante brasileiro.

A lavagem da porta do BC no início da marcha teve como objetivo denunciar quanto do orçamento público é gasto em juros da divida interna e com o capital privado. E deu certo! Horas mais tarde toda a mídia brasileira anunciava a diminuição de 0,5% dos juros na reunião do COPOM. O Movimento social mais uma vez conseguiu vitórias, mas permanece na luta pela aprovação dos 10% do PIB para a educação e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação, afinal de contas financiamento é pauta prioritária do M.E. neste momento.

Outras agendas do dia 31...



Depois da vitoriosa Marcha dos Estudantes o dia ainda prometia muita agenda de mobilização. Enquanto a diretoria executiva da UNE era recebida pela Presidenta da República, Dilma Rousseff, numa reunião de balanço e reivindicação que contou com a entrega de uma pauta de 43 pontos prioritários, outra parte da diretoria da UNE se dividia entre duas audiências públicas na Câmara e no Senado Federal. A primeira audiência na Câmara debateu o tema dos Direitos Humanos, com a presença da UNE e da militante do M.E. chileno Camila Vallejo, que foi convidada a participar da audiência e relatar como os direitos humanos estão sendo violados pela polícia nas manifestações dos estudantes no Chile, inclusive com a própria Camila sendo ameaçada de morte.

A segunda audiência, no Senado, tratava do financiamento público da Educação. Presidida pelo Senador Paulo Paim, a audiência tinha como ponto estratégico debater o PNE e a aprovação dos 10% do PIB para a Educação. A CNTE, UNE e UBES fizeram bonito pautando o financiamento como estratégico para manutenção do REUNI, valorização do trabalhador/ora em educação, políticas de permanência e na disputa da qualidade de ensino nos níveis básico, médio e superior.


Planejando a UNE para as lutas do próximo período.






No dia 01 de Setembro a diretoria Plena da UNE se reuniu na Universidade de Brasília – Unb, para realizar a 1° reunião de planejamento da gestão. O debate foi aberto com o tema conjuntura e logo depois foi feito uma sabatina sobre o PNE junto com o MST e CNTE ao deputado Ângelo Vanhoni, relator do plano na Câmara dos Deputados. Nas falas da direção da UNE e dos movimentos sociais havia um tom de entusiasmos, não só em aprovar o PNE, mas de implementa-lo no sentido de construir uma nova educação, com um ensino multidisciplinar, que respeite as minorias e que leve em consideração os saberes populares.

O terceiro ponto de pauta da reunião foi o a apresentação do planejamento das diretorias e sua aprovação. A diretoria de Extensão da UNE, que o Ousar dirige, apresentou o desafio de colocar a extensão universitária como prioridade na disputa do conteúdo da educação juntamente como a integração da Universidade às Comunidades e aos Movimentos Sociais. Reformular o Projeto Rodon, numa perspectiva Urbana, criar Lei que Regulamente o projeto Rondon, lutar por no mínimo de 30% de créditos obrigatórios para disciplinas de extensão e realizar o I Seminário Nacional de Extensão é uma das nossas tarefas para o próximo período.

A gestão da UNE 2011-2013 tem suas lutas do tamanho de seus sonhos, logo, colocar a estudantada na rua, construir ainda mais nossa entidade na base dos/as estudantes e disputar a educação como estratégica para o desenvolvimento do país é o que nos orienta!

Viva a UNE e os/as Estudantes brasileiros/as!


Fonte: Ousar ser Diferente.

domingo, 28 de agosto de 2011

Vitória da Chapa "Levante e Lute" nas eleições do DCE da UESB Jequié!

Verônica Santos*

Ontem mais uma página do Movimento Estudantil da UESB-Jequié foi escrita, após dois dias de votação uma nova Coordenaçao para o Diretório Central dos Estudantes foi eleita. Compareceram às urnas 930 estudantes dos quais 908 disseram sim a CHAPA LEVANTE E LUTE, disseram sim à esses/as onze estudantes corajosos/as que não se negaram a luta por um universidade pública, democrática e popular.

Hoje é um novo dia em nossa história: fomos, somos guerreiros/as em abdicar as nossas horas de lazer, estudos, prazer... Para estarmos sendo forjados na luta por um outro mundo que acreditamos possível.

Para isso, sabemos que precisamos ser persistentes, pois esses novos passos não serão fáceis, mas, não desistiremos enquanto corre em nossas veias a vontade de fazer acontecer, vamos ousar, ousar ser diferente.

Saudações aos/as nosso/as companheiros/as:

Bia com seu jeito espalhafatoso e guerreira;

Dani, com seu jeito meigo e firme;

Gal com seu jeito tímido e sede de lutar;

Herique com sua vontade de fazer acontecer;

Marviel e Dalyla: êita calourada retada;

Naiane com seu jeito apreensivo e ansioso;

Renato com sua vontade de fazer a coisa do jeito mais certo.

Parabéns a todas e todos que estiveram nesses dias exaustivos construindo esse momento.Vocês estão fazendo a diferença e para isso vamos continuar trilhando as lutas acreditando que não as escolhemos, mas que fomos escolhidos por elas.

Verônica Santos é Discente do Curso de Pedagogia- UESB/ Jequié e membro do Coletivo Ousar ser Diferente/ Jequié.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Passos firmes, olhar no horizonte.

Tâmara Terso e Diego Marinho*


A União Nacional dos Estudantes (UNE), assim como a União dos Estudantes da Bahia (UEB), no último mês de julho renovou sua direção além de suas bandeiras de luta. Nós de coletivo Ousar ser Diferente estávamos presentes nesse processo e entendemos que a Educação brasileira passa por grandes desafios rumo a contribuir com o modelo econômico-social de desenvolvimento com inclusão e democracia. Cabe hoje aos movimentos sociais conduzirem esta transição e tanto a UNE quanto a UEB tem papel fundamental na organização do Movimento Estudantil.

Ações como REUNI, PROUNI, ENEM, PRONATEC, cotas sócio-raciais e a construção do PNE, sinalizam uma priorização da educação no cenário brasileiro. A atual conjuntura política mostra que a pauta educacional deve estar ligada ao projeto de crescimento do Brasil, tanto que na última semana a Presidenta Dilma Rousseff apresentou a necessidade de expandirmos ainda mais o Ensino Técnico e Superior, com um investimento de 2,4 Bilhões. O Estado da Bahia foi um dos contemplados com duas novas universidades federais e nove unidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET), além do fortalecimento na interiorização da UFBA e da UFRB. Ficamos muito satisfeitos em participar desta trajetória, relatando no Conselho Universitário o processo de desmembramento da Ufba Barreiras e co-organizando uma audiência pública para debater a Ufba Camaçari em 2008. Entendemos o processo de interiorização como uma estratégia fundamental para o desenvolvimento dos territórios de identidade.

Reconhecer estes avanços é, por exemplo, citar as 11 novas universidades federais construídas nos últimos anos, assim como os 214 Institutos Federais de Ensino Técnico abertos em todo o país. Porém não podemos deixar de lado os retrocessos expressos na falta de regulamentação do ensino privado, no ataque de setores da direita conservadora às políticas de cotas e na consolidação da falta de democracia nas IES. As contradições deste momento histórico são representadas pelo corte, no início do ano, de 50 bilhões do governo federal que atingiu diretamente a educação com R$3,5 BI, portanto não será uma tarefa fácil revolucionar este setor.

Nesse cenário as IES brasileiras vivem mudanças quanto ao perfil do corpo estudantil no que se refere à classe, etnia e gênero, mas apesar das mudanças a Universidade ainda não consegue – ou não quer- compreender sua função social, reforçando pensamentos conservadores, perpetuando velhas diretrizes educacionais e dificultando a permanência desse novo perfil universitário.

No debate sobre acesso os avanços são visíveis justamente por causa do aumento de vagas em Universidades publicas, reservas de vagas para classes historicamente excluídas do ensino superior e criação de bolsas no ensino privado, no entanto ainda temos muito que construir. Apenas 13% da população de 18 a 24 anos estão cursando o ensino superior, e destes estudantes 75% estão em universidades privadas.

Hoje um dos principais instrumentos de transformação da educação passa pela aprovação do Plano Nacional de Educação, instrumento que norteará as ações do Estado para este setor entre 2011-2020. Sua construção começou a ganhar corpo na Conferência Nacional de Educação em 2010, onde amplos setores da sociedade e dos movimentos sociais organizados participaram de sua construção, porém ao ser levado ao Congresso Nacional o PNE teve suas metas e objetivos rebaixados. O plano apresentado pelo MEC é mais tímido e não representou os avanços acumulados no CONAE.
Entendemos que uma das primeiras ações que devem ser tomadas pelo Estado é a ampliação do orçamento para a educação, não dá para ampliar o acesso, resolver o problema latente da permanência e fortalecer uma educação emancipadora, ampliando apenas 0,2% ao ano no orçamento. É por isso que a pauta de 10% do PIB para educação até 2014 é fundamental e está entre as 59 emendas feitas pela UNE ao PNE.

Outras metas importantes são a ampliação de 60% das vagas no ensino superior (contrapondo os 33%
apresentados pelo MEC), a reserva de 50% das vagas dos Institutos de Ensino Superior para estudantes de escola pública com recorte étnico-racial, a democratização das IES na escolha de suas direções de forma paritária, a regulação do ensino privado, a reestruturação das universidades estaduais e a destinação de 2% do orçamento do MEC para assistência estudantil.

Há também um importante debate que deve ser incorporado à pauta da educação e tem haver com o conteúdo ensinado em sala de aula, referendado em pesquisas e pouco debatido nas extensões. Historicamente a universidade foi vista como um espaço de excelência, excludente e opressor. Fazer com que este espaço físico e político se transformem numa via de dialogo com a sociedade, construindo conhecimento a partir de uma troca é um meio de reafirmar seu papel social. A universidade deve servir para a construção de uma nova sociedade justa, democrática e popular, e isso só acontecerá se as IES se integrarem as comunidades populares e aos movimentos sociais.

Os desafios estão postos a mesa, nesse sentido cabe ao movimento estudantil organizado lutar com as armas que tem. A jornada de lutas da União Nacional dos Estudantes neste mês de Agosto é o momento de colocarmos os/as estudantes nas ruas de todo o país para fortalecer e reivindicar novas conquistas para a Educação.


Vamos levar a UNE para as ruas e para o Estudante brasileiro!



* Tâmara Terso é atual Diretora de Extensão da União Nacional dos Estudantes e Diego Marinho é Diretor da Executiva da União dos Estudantes da Bahia, ambos integrantes do Coletivo Ousar Ser Diferente, que constroem nacionalmente o Campo Kizomba.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ousar Ser Diferente na UESB de Jequié!










Na última quinta-feira, 04/08, o coletivo do Ousar de Jequié se reuniu a fim de traçar metas para o próximo semestre da UESB. Tendo historicamente contribuído para o M.E. desta Universidade, o Ousar protagonizará mais uma vez as eleições do DCE, que nos últimos tempos passou por um período de reorganização, com renovação da militância e um novo sentimento de luta.

As Universidades Estaduais na Bahia passam por um processo de pós-greve, onde a maioria das reivindicações dos/as estudantes foi deixada de lado nas negociações. A greve acabou, mas ainda há muito que avançar na busca pelo plano de reestruturação das universidades estaduais, na construção do plano de assistência estudantil e no fortalecimento da pesquisa e extensão como instrumento de reafirmação do papel social da universidade.

Nesse sentido, tanto a UNE quanto a UEB nos seus últimos congressos em julho deste ano, elencou como prioridade a luta por uma educação de qualidade nas universidades estaduais, prometendo levar estas entidades para a base dos/as estudantes e construindo em conjunto com o M.E reivindicações diárias.
O Ousar ser Diferente que hoje ocupa a diretoria de Extensão da UNE, com Tâmara Terso e uma Diretoria Executiva da UEB com Diego Marinho, não perdeu tempo e já começou o semestre fazendo uma série de viagens ao interior da Bahia, a fim de colocar em prática as deliberações das respectivas entidades.


Vida longa ao Ousar ser Diferente/ Jequié!